sexta-feira, 28 de abril de 2006

Estreando hoje,

o blog do Rio Fanzine. Em breve, em um link aí do lado.

Mais sobre pequenas vitórias

O Sobrecarga foi indicado pela terceira vez ao HQ Mix.

A Gullivera do Manara

Fantasia específica

Milo Manara
nunca esteve tão acessível para os leitores brasileiros. A Conrad já colocou na roda os dois primeiros volumes – de três – do magistral Bórgia, parceria com Alejandro Jodorowski, e lança agora Clic, obra que deu renome internacional ao italiano. E a Pixel Media publica Gullivera, interpretação picante do quadrinhista para As Viagens de Gulliver, livro de Jonathan Swift.

O que continua pouco acessível para a maioria dos leitores brasileiros são mulheres como as de Manara. Lindas, voluptuosas e voluntariosas. Não dá nem pra dizer que o desenhista joga sujo. Suas capas explanam a mensagem: “Sim, eu vou te pegar pelo fetiche, e não há muito que você possa fazer”. Não é para desmerecer o belo traço e sua acuradíssima noção de proporção, mas não dá para negar o apelo.


Gullivera
, lançado na Europa em 1996, trata de fantasias bem específicas: uma mulher gigantesca e, avançando um pouco mais na trama, uma mulher diminuta. E por serem fantasias específicas, agradam somente a uma parcela. Não há propriamente uma história, só a menina se envolvendo em enrascadas que justificam os delírios.

Manara é um deleite visual, sem dúvida. Mas, com uma boa trama por trás – vide o supracitado Bórgia – a experiência fica bem mais completa.

Gullivera
conta com uma apresentação de Gonçalo Júnior, quadrinhista, jornalista e autor do livro Tentação à Italiana. O álbum tem 76 páginas coloridas em papel couché, capa cartonada e custa R$ 35.

Adendo:
tem dias que o Yout
ube melhora bastante a sua vida. Confira no link um vídeo de Milo Manara desenhando.

Publicado originalmente no
Sobrecarga em 24/04/06.


Eu pensei em colocar "Punheta" como título, mas ia ficar grosseiro demais.


Micro-resenha especial para o blog: Um título mensal que acaba de se tornar 100% é este aí do lado: Os Novos Vingadores. Mesmo Thor, tradicionalmente o ponto fraco, está em uma fase leviana e divertida com aqueles três guerreiros fanfarrões. A história do Capitão América é muito bem amarrada, com ação estilo Missão: Impossível (o do de Palma), sub-plot instigante e belíssimos flash-backs desenhados pelo Michael Lark da liberação de Paris, em 1944, baseado em fotos de época. Até De Gaulle aparece. Bendis vai formatando Os Novos Vingadores, com artimanhas noveleiras em que adoramos cair. E, estreando na edição, Jovens Vingadores. Por mais que a Marvel negue de pé junto, a fonte de inspiração é, sem tirar nem por, o início dos Novos Titãs - com algumas idéias novas e audaciosas. Vale mesmo as indicações para o Eisner. Ainda mais por ser escrito por alguém que roteirizava - argh - Sex & the City.

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Confidências no café da manhã

Minha mãe: Sabe esse técnico do Corinthians, Ademar Braga?

Eu (eu pensamentos): Por que ela tá falando do técnico do Corinthians? Aliás, esse cara é mesmo técnico do Corinthians? Aliás, como ela sabe quem é o técnico do Corinthians?

Eu (me expressando): Hum...

Minha mãe: Meu ex-namorado. Poderia ser o seu pai.

Eu (em pensamento): Meu dia vai ser horrível...

Soirée française dans le Teatro Odisséia

Show da Camille no Teatro Odisséia. Adentro o recinto e está tocanto Je t'aime moi non plus, do Serge Gainsbourg. Típico.

Boa parte da comunidade francesa do Rio de Janeiro está presente. Típico. Esses franceses parecem baianos: todo mundo ama a França, mas ninguém mora lá.

Camille é uma Bjork francesa, menos talentosa e menos competente, mas também bem menos viadinha. Poderia dizer que o show foi experimental, que foi desafiador, que foi diferente. Mas, na verdade, foi uma merda. Esses franceses acham que podem vir aqui, não tocar direito, fazer uma batucada qualquer e os
índios daqui vão adorar. Típico.

E o pior é que alguns
índios que não entendem francês ficam babando o ovo de qualquer coisa que vem de fora. Típico. Pelo menos, pagaram a vinda da moça para o país tropical. Francês adora essas coisas exóticas.

Voltei pra casa de Lambretta. Isso não foi nada típico.

Foto d'O Globo.

terça-feira, 25 de abril de 2006

Lauren Harris

É cantora com uma vervezinha pop insossa, porém que não incomoda, e lança seu primeiro disco em breve, produzido por Tom McWilliams. Lauren tocará no Download Festival, na Inglaterra, junto a nome de pesos como Metallica, Korn, Deftones, Guns'n'Roses e Alice in Chains. Boa prova.

Ok, existem várias cantoras na mesma posição, então por que dar destaque a ela? Lauren é filha do mega baixista ditador do-it-by-yourself Steve Harris, do Iron Maiden! Periga ser uma das melhores coisas que o pai já fez.

Site oficial da moça, com MP3 e imagens de show: http://www.monstroentertainment.com/laurenpictures.php

Kelly Osbourne de cu é rola.

domingo, 23 de abril de 2006

E o mundo não é mais o mesmo

O Orkut agora denuncia quem foram os cinco últimos a visitarem o seu perfil.

O que deve ter de mulher se descando...

Os verdes

Confronto

O encontro entre Lanterna Verde e Arqueiro Verde promovido por Dennis O’Neil e Neal Adams já foi dissecado pela coluna Mancha Gráfica, quando a Opera Graphica lançou as duas primeiras histórias da parceria, há dois anos. Complementando o resgate, a Panini começa agora a lançar todas as histórias conjuntas dos dois heróis esverdeados.

No texto de abertura, O’Neil encaixa a sua série no rebuliço da virada dos 1960 para os 1970 – leia-se flower power, Grateful Dead, Led Zeppelin e, em uma seara mais literária, Norman Mailer, Tom Wolfe e outros. Mostra o que quis dizer logo na primeira história. Um velho afro-americano interpela Hal Jordan: “Cê trabalha pruns anãozinhos azuis, ajudou uns sujeitos laranja, deu uma força prum povo roxo. Por que você nunca ajudou os negros?”. Quadrinhos de super-herói acabavam de deixar de ser coisa de criança.

A palavra chave é confronto. Um Lanterna apolíneo em choque com um Arqueiro dionisíaco, obrigados a conviver. Uma América ideal confrontando uma realidade que não deu tão certo. E dois quadrinhistas que tinham pouco em comum, mas que souberam utilizar este confronto como força criativa. O’Neil parece ter listado todas as chagas dos Estados Unidos à época e distribuído entre as histórias. Adams faz diagramações brilhantes – e como ele desenha a Canário Negro charmosa.

O encontro reverbera até hoje (experiência interessante: releia Arqueiro Verde – A Busca e você entenderá. Brad Meltzer amarrou muito bem a história). Pode-se afirmar que tudo feito em HQ de super-herói com uma temática mais realista/social seja filhote dá série – e de Stan Lee colocando o Homem-Aranha em meio a protestos estudantis na mesma época.

A Panini faz o seu melhor relançamento desde o Demolidor de Frank Miller, de um material raro, só antes publicado em formatinho. E continua em maio, com o segundo volume – que trará a famosa história do Ricardito junkie. Ponto para eles.

Grandes Clássicos - Lanterna Verde/Arqueiro Verde reproduz as edições 76 a 82 da revista Green Lantern/Green Arrow. Tem formato 17x26 cm, traz as capas originais, introdução por Dennis O’Neil, biografia dos autores, capa cartonada de couché, 180 páginas em papel LWC e custa R$ 24,90.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 20/04/06.

sábado, 22 de abril de 2006

sexta-feira, 21 de abril de 2006

A decadência do futebol carioca

Os ovos de Páscoa do Vasco da Gama estão em promoção na Lojas Americanas. Encalhou.

P'ra dizer adeus

A Kerrang! colocou no ar o novo clipe/single do Placebo, Song to say Goodbye. Meia-bomba toda a vida.

quinta-feira, 20 de abril de 2006

Danger Girl

As Panteras

Após ter estreado no Brasil em uma edição especial com o Batman, Danger Girl tem agora seu arco inicial finalmente lançado, dividido em dois encadernados da Devir: Danger Girl – Perigosamente Sua e Danger Girl – Jogos, Trapaças e Sedução. Danger Girl, que pertence ao selo Wildstorm, da DC, não trata só de uma garota, mas, para felicidade geral, das quatro que compõem a agência de espionagem que dá título à série. Os dois volumes mostram o recrutamento da última integrante, Abbey Chase.

Antes de avançar, é necessária uma contextualização histórica. Em 1997, quando DG foi lançada, J. Scott Campbell acabara de deixar Gen 13, série-ícone do boom da Image Comics, feita em parceria com Jim Lee. Conforme explica no prefácio do segundo volume, Campbell estava cansado do esquema ação, superpoderes, peitos e bundas de Gen 13. Então, desenvolveu Danger Girl, que tem ação, peitos e bundas, mas sem superpoderes. Enfim...

Algo fica claro em todas as páginas: Campbell ama Abbey Chase. Ele ama desenhar suas curvas, enche-la de detalhes como a pintinha na bochecha esquerda e vesti-la com roupas provocantes. E vai fazer de tudo para você se apaixonar também. Danger Girl joga com os fetiches. Tudo, claro, dentro da boa moral da indústria americana de quadrinhos – ainda mais em 1997, quando o Comics Code era vigente.

Pena que Campbell não consiga fazer o mesmo com os roteiros. Nem com a ajuda do co-roteirista Andy Hartnell - que, aliás, nunca fez muita coisa fora parcerias com Campbell. A história é assumidamente copiada, digo, inspirada em Os Caçadores da Arca Perdida: busca por artefato místico, nazistas querendo dominar o mundo e até Sean Connery. Mas, diferente do filme-inspiração, o
ritmo é meio truncado; parece que faltou tirar algumas gorduras do roteiro para a ação desenfreada. Além de não ser nada original.

Campbell é um desenhista com personalidade – apesar dos rostos iguais de Abbey e Natalia –, o que gera diferentes reações. Os admiradores poderão se deliciar com o segundo volume, cuja metade é dedicada a pin-ups, capas, estudos, story-boards e brincadeiras – a melhor delas é passar as páginas rapidamente, olhando para o
s cantos inferiores, e ver Abbey dançando graciosamente na mais velha técnica de animação do mundo.

Danger Girl é recomendado aos fãs de Campbell. Para os dema
is, fica a sensação de que foi bom, mas que poderia ter sido bem melhor.

Danger Girl – Perigosamente Sua tem formato 23x16 cm, 130 páginas, prefácio escrito pelo ator Bruce Campbell e custa R$ 36. Danger Girl – Jogos, Trapaças e Sedução tem as mesmas dimensões, 204 páginas, prefácio por J. Scott Campbell e custa R$ 42.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 18/04/06.

Como se a minha vida já não tivesse danger girls suficientes.

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Uma pequena vitória

Ontem, eu consegui uma pequena vitória. Ajudei um amigo a resolver um problemão financeiro. Uma pequena vitória para mim, mas que fará muita diferença para ele.

Incrível como isto melhora o seu dia.

The Small Victories
The Cankers And Medallions
They Keep Me Thinking That Someday

I Might Beat You
But I'll Just Keep My Mouth Shut

Canção do Faith no More - que não tem muito a ver com o contexto, mas eu gosto bastante.

Sexo ruim

Dizem que não existe sexo ruim.

Existe sim. Chama-se fisioterapia.

Você fica suando em uma cama, em posições esquisitas, com uma mulher mandando em você. Contando assim, pode parecer legal. Mas não é.

E olha que quase toda fisioterapeuta é gatinha.

segunda-feira, 17 de abril de 2006

Seu Jorge Electric Ladyland

Foto para a Vogue RG.

Malandrão...

Atualização: O Moby foi mais malandro antes.

domingo, 16 de abril de 2006

Lichtenstein no MAM


Bela mostra e bela amostra de Roy Lichtenstein no Museu de Arte Moderna do Rio - após ter passado por SP e Bs As. Não tem um enfoque rígido determinado, não varre sua carreira inteira, nem são as obras mais famosas: colagens, pinturas e desenhos junto a diversos estudos. Ideal para analizar o processo criativo.

Muitas obras recentes, como 1992 e 1995 - Lichtenstein morreu em 1997. E todas de coleção particular. O que só alimenta meu sonho de poder comprar uma delas um dia.

De lambuja, uma exposição só de obras sobre o Pão de Açucar - ideal para gringo ver. E uma mostra de um arquiteto finlandês.

Collage for House I, aí no topo, está no MAM.

Segundo pesquisa, 51% dos cariocas pensam em deixar a cidade por causa da violência

Ótimo. Vão embora. A cidade vai ficar bem melhor. E bem menos violenta.

Ladrão da Eternidade

Cliver Barker escrevendo para crianças. Clive Barker, o sujeito que criou o Pinhead – o cara cheio de espinhos de Hellraiser -, escreve livros aterrorizantes e já inspirou quadrinhos perturbadores, produzindo algo para crianças. Foi mais ou menos assim que The Thief of Always foi recebido em 1992, quando foi lançado. O livro, escrito e ilustrado por Barker, nunca foi lançado no Brasil. Mas sua versão em quadrinhos, O Ladrão da Eternidade, chega agora via Pixel Media, após ter saído ano passado nos Estados Unidos.

Barker usa uma velha artimanha: escreve algo supostamente para crianças, mas que agradará mesmo aos mais velhos (vale lembrar que a HQ em nenhum momento se define como infantil, tanto aqui quanto lá fora). A história parece O Mágico de Oz, só que contada pelo Marilyn Manson: o menino Harvey Swick está entediado com fevereiro (o equivalente do hemisfério norte ao nosso agosto: volta de férias, ainda com meio ano de aulas e sem feriados. Pelo menos é mais curto) e conhece um sujeitinho estranho que o apresenta à Casa de Férias do Senhor Hood. As quatro estações do ano acontecem todos os dias na casa, assim como Helloween e Natal. A única condição é que Harvey nunca a deixe.

A premissa pode parecer um pouco batida, mas o texto de Barker e o ritmo criado por Kris Oprisko – responsável pela adaptação do roteiro – salvam. A partir do momento em que Harvey descobre que algo ali é muito estranho, a trama fica bem assustadora e claustrofóbica. Cai no final, com um embate meio nada fora do comum e um epílogo apressado. Os personagens são carismáticos e bem delineados, mesmo seguindo os estereótipos clássicos para a identificação infantil. A melancólica Lulu clama por solidariedade. E Harvey, se fosse para Hogwarts, transformaria Harry Potter no segundo da turma facilmente.

Tudo ficaria bem aquém com um desenhista chinfrim. O que está longe de ser o caso de Gabriel Hernandez. O artista usa sua experiência como ilustrador de livros infantis para criar o clima etéreo que a história pede. Traduz diferentes atmosferas com os sombreados. E “bolou” o design dos personagens de Barker bem ao gosto do autor – principalmente os mais bizarros.

A capa da edição brasileira é semelhante ao encadernado da IDW Publishing, que lançou a história nos EUA dividida em três partes – e com imagens de rosto mais bonitas. O álbum da Pixel traz um artigo sobre Barker escrito pelo crítico Rodrigo Fonseca, uma entrevista com o escritor e um sketchbook comentado por Hernandez.

Tim Burton deve adorar.

O Ladrão da Eternidade tem 148 páginas em papel couché, capa cartonada e custa R$ 33.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 10/04/06.

Quase que esqueço de colocar isso aqui.

sábado, 15 de abril de 2006

Leo Martins


Triunvirato da seleção, retirado do No Mínimo. Leo Martins é o melhor discípulo de Loredano que eu já vi.

Sair à noite

Sair à noite é uma merda.

Mas ainda assim é melhor do que ficar em casa, "assistindo seção erótica do Telecine Action", como escreveu certa vez o Calbuque. Minha sexta-feira nada santa foi horrível. Maquiavel escreveu que um bom governante depende de fortuna e virtu. Sorte e competência. Pois eu fui azarado e incompetente.

Pelo menos, sair à noite serve para travar diálogos como este:

Eu - ... mas, então, como estava a praia hoje?

Jovem Estilista - Estava ótima. Mas teve uma hora que eu fui mergulhar e veio uma série de ondas gigantes. Parecia um tiramissu.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

"Cansei de refletir. Simplesmente sou"

A frase aí de cima resume de forma grotesca boa parte do que o Existencialismo se propunha. E ela foi dita pela Deborah Secco.

Eu já li alguma parte da obra de Sartre, tomei o expresso mais caro da minha vida no Café de Flore para estar no lugar dele e quase fui a Le Havre para tentar entendê-lo melhor. E recorro à uma citação da atriz que fez a Carol nas primeiras temporadas de Confissões de Adolescente.

É duro, mas é assim que eu me sinto. E tem feito muito bem. Cada vez me sinto mais bem resolvido comigo mesmo. E tenho tocado minha vida desta maneira.

Existem frases que mudam a vida de uma pessoa. E uma das que mudou a minha foi "o seu problema é que você pensa demais", dita não pela Deborah Secco, mas por uma garota responsável por alguns dos meus turning points.

Desde que decidi deixar algumas grandes elocubrações de lado, muita coisa simplificou. E ficou melhor. E acho que parte do Existencialismo, pelo menos da forma que eu o entendo, tange a isto. Filosofia serve para tornar a nossa vida melhor.

Escrevi, sem querer chegar a nenhum lugar específico, ouvindo o do post abaixo. Falando em post, o dos Loucos sobre a ida à ECA tá super.

Impressões em breve

2 encontros improváveis

1) Furo de blogtagem do Jamari: Zélia Duncan substiuirá Rita Lee na apresentação que os Mutantes farão em Londres. Rita não quer ver Arnaldo Baptista e Sérgio Dias nem pintados, mas deu o aval para Zélia, que, cuidadosa, foi se consultar com Santa Rita de Sampa antes de aceitar o convite. Apesar das vozes das duas serem bem diferentes, pode ficar muito bom. Em breve, deve vazar para a internet. O Liminha, que tocou baixo nos Mutantes quando tinha 15 anos, entrou no projeto, mas já saiu.

Caetano se apresentou nesse festival da tropicália na Inglaterra. O Gil foi dar uma conferida na visita presidencial há um mês e, como é baiano mas não é lento, fecha as apresentações. O negócio toma essa dimensão na imprensa brasileira, mas, em Londres, deve ser nota de rodapé nos jornais. Pelo menos, reuniu (em parte) os Mutantes.

2) Programa de Luciana Gimenez segunda à noite - não, não vi. Mas foi-me repassado de fonte fidedigna. Desafio de sinuca entre Rui Chapéu, Inri Cristo e uma loura. Com comentários de Padre Quevedo. Em dado momento, Quevedo começa a provocar Inri: "Se você fosse mesmo Jesus Cristo, ganhava este jogo de uma vez".

Inri Cristo, então, mata quatro bolas seguidas. Luciana, pasma: "E agora, Quevedo?".

Mas Rui Chapéu acabou se recuperando no final.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Angeliglaucolaerte

Seis Mãos Bobas: Laerte, Angeli e Glauco reunidos em livro

Mesmo quem conhece muito pouco de quadrinhos e charge não resiste a esses três. Angeli, Glauco e Laerte fizeram história nas publicações Chiclete com Banana e Geraldão, publicadas entre 1985 e 1989. Os causos dos três amigos são agora reunidos em Seis Mãos Bobas, co-edição da Devir e da Jacarandá.

O livro coleta 17 histórias, como Deu a louca no Dirceu e A merda não vai para todos, para mostrar como funcionava a sobreposição de traços e besteiras dos três. Além delas, Seis Mãos Bobas traz fotos de época, comentários sobre o processo de criação das tramas e dos desenhos. O prefácio é de Gonçalo Junior, relembrando a experiência da Circo Editoria e localiza historicamente o momento em que foram produzidas.

O lançamento do livro acontecerá no dia 26 de abril, à partir das 20h, no Circo Zanni – rua Augusta, 344 (esquina com Caio Prado), São Paulo.

Seis Mãos Bobas tem 80 páginas em preto e branco, formato 21x28 cm e custa R$ 23.

Originalmente publicado no Sobrecarga em 12/04/06.

Isso vem dos mestres, com muita sacanagem. Todo desenhista brasileiro de quadrinhos é filhote do Laerte. Somente o Angeli tem a acidez que eu preciso. E o caos de Glauco traz à tona coisas que nós mesmos não sabemos que temos.

O lançamento brasileiro do ano. Estou louco para pegar neste livro. E como eu gostaria de estar em SP dia 26 de abril.

segunda-feira, 10 de abril de 2006

A entrevista honesta e a Dani California

A entrevista honesta: http://sepultura.uol.com.br/forum/viewtopic.php?t=16053

Igor continua pureza. E muito franco. Respostas naturais. Aliás, o Sepultura faz algumas das melhores entrevistas com bandas deste país.

A Dani California (com imagens): http://www.redhotchilipeppers.com/news/news.php?uid=174

Música clicletona. E popzona. O que está longe de ser um demérito. Eu adoro Chili Peppers pop. Mas espero que tenha alguma cavalada no(s) CD(s). Os primeiros singles do RHCP nunca são os melhores.

O clipe é bem dirigido. E engraçado. Principalmente a parte nirvânica.

sábado, 8 de abril de 2006

Tudo que é sólido se desmancha no ar

Ou tudo sempre acaba sacaneado na internet.

Com a difusão da Wikipedia, diversas teorias sobre uma nova fase da web foram cunhadas, em que seremos menos receptores e mais editores do material.

Então, um grupo de desocupados cria a Uncyclopedia e joga tudo no ventilador. Vou colocar abaixo um dos links mais significativos:

http://uncyclopedia.org/wiki/Brazil

Mas se você quiser saber do que realmente se trata a Uncyclopedia, clique aqui.

É só ligar os autofalantes


E clicar na (boa) capa de
Punk Goes 90's.

GTA Rio de Janeiro

Sensaciona. Me mandaram por e-mail. Se este jogo existisse, seria um grande sucesso de vendas - inclusive mundial, após Cidade de Deus. Os créditos das imagens são do Mataleone. Mais frames:

sexta-feira, 7 de abril de 2006

As Bonecas Russas

Hoje finalmente estréia no Brasil As Bonecas Russas, que eu assiti como Les Poupées Russes ainda em território francês. Foi um dos filmes que mais gostei no ano passado, envolto ainda por aquele contexto, e que rendeu um texto para minha finada coluna no Sobrecarga - coluna escrita em uma passeio naquela marina do Canal Saint Martin, próximo à Bastilha. Um dos trunfo de As Bonecas Russas é mostrar como as inglesas estão ficando lindas. Kelly Reilly era uma baranguinha sem sal no primeiro filme; agora é dona destas sardas e deste cabelo cobre. Com o charme sem sal que só as inglesas sabem ter.

CDFs

Assisti o Top Top CDFs, um dos poucos programas interessantes da MTV atualmente.

- Já sabia que o Greg Graffin, do Bad Religion, tinha mestrado em Biologia Evolutiva - com uma tese coerente com sua banda: todas as teorias evolutivas criadas até hoje excluem a possibilidade da existência de Deus. Ele, inclusive, fez uma pesquisa com a comunidade científica e encontrou ainda muita resistência à idéia de que não há Deus. Rendeu até uma boa entrevista para a SuperInteressante. O que eu não sabia é que Graffin não parou no mestrado: já é PhD. Sem deixar de cantar em uma das melhores bandas punks da Califórnia nem a particação na Epitath Records, que criou para lançar sua banda - e dos comparsas.

- Brian May não tinha dinheiro para comprar uma boa guitarra aos 16 anos. Então, construiu uma, com ajuda do pai projetista. No ano seguinte, saiu da escola direto para o Royal College of London onde foi estudar Física. Emendou um mestrado direto. Mas teve que interromper com o sucesso do Queen. Após a morte de Freddie Mercury, se consolou retomando o estudo, concluído com uma tese sobre Astrofísica.

- Rivers Cuomo - que ganhou, obviamente - finalmente conclui este ano seu curso de Literatura Anglosaxônica em Harvard. A formatura é em dezembro. Tomara que tenha show do Weezer.

Só senti falta de um brasileiro na lista: Roger Moreira, que tem Q.I. de gênio. Mas não é preciso Q.I. para mostrar que Roger Moreira é gênio.

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Tool cada vez mais Invencível

Quadro de Invencível, HQ resenhada no post abaixo. Na página oposta, há um cara com camiseta do Slayer. Mas ídolo mesmo é o maluquinho com boné dos Garanhões Selvagens.

Falando em invencíveis, Julia Ryff, assessora do Circo, publicou um texto assaz interessante no blog do Jamari. Eu odeio a cultura do VIP. Eu odeio a cultura do nome na lista. E odeio principalmente os jornalistas que usam isso para se diferenciar do público "mortal". Seja em shows, seja no Maracanã, seja em cabines de imprensa; o pessoal está precisando revisar as aulas de ética - se é que tiveram.

“Então... É legal ser super-herói, não?”

Na longa e irregular apresentação do primeiro volume de Invencível, da editora HQ Maniacs, o roteirista Kurt Busiek manda uma bola dentro: define que Invencível é um gibi de super-herói, e que não tem o menor complexo em sê-lo. Exatamente. Mark Grayson é filho de um dos homens mais poderosos da Terra e sabe que herdará seus poderes. É somente uma questão de tempo. Mais ou menos como qualquer adolescente que espera fazer 18 anos para comprar revista pornô.

Para quem anda lendo muitos heróis em crise, parece até estranho a simplicidade do mundo de Mark. Apesar de enfrentar exércitos extra-dimensionais, sua mãe está mesmo preocupada se ele vai chegar antes do jantar esfriar. A escola de Mark parece bem fiel das originais americanas, e há algumas questões adolescentes – mas nada perto de ficar “aborrescente”. Talvez porque quem as escreve tenha acabado de sair da adolescência.

Invencível apresentou Robert Kirkman aos quadrinhos mainstream, após algumas publicações independentes – depois ele foi trabalhar com a Marvel, mais mainstream ainda. Foi tratado como menino-prodígio (Kirkman tem 20 e poucos anos), principalmente por sua capacidade de produzir muita coisa (boa) em pouco tempo. O que transparece em Invencível é o seu timing para ação, a história bem amarradinha e simplicidade.

A simplicidade de Kirkman é acompanhada pelo promissor desenhista Cory Walker, que entrega os pontos na contracapa: o barco do pai de Mark chama-se Mignola. Mas a fonte de inspiração é destilada em um traço mais limpo, bastante ágil, bem de acordo com o timing do escritor. E se diverte inserindo referências: procure por Charlie Brown, Jay & Silent Bob e Bill & Ted. Walker participou da concepção visual do personagem, e das sete primeiras edições. Atualmente, desenvolve uma série própria. Lupa nele.

Invencível é também o álbum de estréia da HQ Maniacs - a segunda estréia de editora de quadrinhos em dois meses. O álbum é muito bem cuidado, com impressão nítida – direta dos originais digitais da Image – e material bônus. Que Invencível abra o caminho para a HQM – e quem mais se dispuser a lançar quadrinhos de qualidade.

Invencível tem formato 16x24 cm, 120 páginas em papel couché, capa cartonada com orelhas e reserva de verniz e pode ser comprada por R$ 25 até 30 de abril – saiba mais aqui.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 05/04/06.

Tá aí uma HQ cujo o único compromisso é divertir. Só podia ser mais barata - até pq a molecada público-alvo gasta menos e não tá muito ligada em edição de luxo.

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Não se é Rei por pouco

Primeiro, os grandes esforços para superar o TOC.

Depois, discursos mais firmes e consistente e cruzeiros temáticos, reafirmando a condição de ídolo.

Agora, Roberto Carlos inicia a última - e talvez a mais difícil - etapa: superar, com todo respeito e carinho, a fossa de Maria Rita. E o Rei arranjou um belo suporte: Luciana Vendramini, um dos mais belos seres a pisar nesta Terra.

Já Luciana mostra uma evolução: após anos de casamento com Paulo Ricardo em sua fase de cantor romântico genérico, parte para o original.

As informações são da Quem.

Reading & Leeds

Pearl Jam e Muse no mesmo festival. Sem comentários.

Primal Scream, Placebo, Audioslave e The Subways. Mais sem comentários ainda.

E eu já vi shows de todos estes, hehehe

Pequenos Milagres

I believe in miracles/ I believe in a better world for me and you

Will Eisner conta sempre a mesma história. E, quando não conta a mesma história, vai à mesma fonte, com os mesmos elementos. Isto não é ruim, muito pelo contrário. É incrível a capacidade de Eisner de revirar sua Nova Iorque do passado e tirar dali novas narrativas. Pequenos Milagres, último álbum lançado do mestre pela Devir, volta à sua infância nos quarteirões judeus da Big Apple do início do século XX. Com alguns milagres a mais.

Os milagres são uma desculpa de Eisner. Desculpa para misturar causos da vizinhança com histórias da tradição oral judaica – os meinzas, como explica em seu belo prefácio. Com simplicidade, não se preocupa em diferenciá-los.

Pequenos Milagres
traz quatro contos, que variam em tamanho e grau de inocência. Enquanto Mágica de Rua ocupa poucas páginas para mostrar uma pequena malandragem, O Anel de Casamento se espraia por quase metade do álbum para contar uma melancólica história de amor, com personagens secundários revelando as nuances do bairro – tipos italianos mesclados com os judeus; o “Vale das Sombras”. E Um novo garoto no quarteirão transporta para a metrópole o antigo conto alemão de Caspar Hauser.

As páginas em sépia não utilizam separações entre os quadros (em sua maioria). A história flui fácil – analisar o storytelling de Eisner é covardia – com um ar de nostalgia bem vinda. A capa do álbum é um amalgama das histórias – e, único escorregão da edição, não é muito nítida. Pequenos Milagres foi lançado originalmente em 2000, dentro de uma série de trabalhos para a DC Comics.

Quatro simples e belas histórias de Will Eisner. Como se precisasse de mais.


Pequenos Milagres
tem formato 25x19 cm, capa cartonada com aplicação de verniz, 110 páginas e custa R$ 27.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 03/04/06.


Nada como juntar Will Eisner com Ramones.

domingo, 2 de abril de 2006

"I will make you hurt"

Hoje, eu machuquei alguém.

(Quem acompanha isto aqui, sabe que eu falo pouco da minha vida, apesar da descrição lá em cima. É por achar que há assuntos mais interessantes. E é para me proteger. Porém, alguns dos mais belos textos que já li tratavam de assuntos particulares da vidas dos autores. Não quero ser presunçoso, mas se eu não me inspirar nos melhores, vou me inspirar em quem? Um preço a se pagar para ganhar a identificação do leitor. A evasão consentida de privacidade, como diria a srta. Cotton - que, se descobrir que foi citada aqui, rirá muito. Mas muito menos usarei isso aqui para passar recados. O recado já está dado.)

Voltando à primeira linha, hoje eu machuquei alguém. Pessoas machucam as outras. Mais uma vez, para se proteger. E, às vezes, para evitar uma dor maior.

You could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way

Nine Inch Nails, Hurt. Uma das mais belas canções que vi serem executadas ao vivo.

Acabou que o parênteses ficou maior que o assunto original...