sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Bem mais que uma canção




Gente boa até não poder mais, Liô, vocalista do Som da Rua, morre em acidente de trânsito no Rio de Janeiro

No final de 2003, assistia a um show do Som da Rua, um dos primeiros como contratados da Deckdisc, no Teatro Odisséia. Leonardo Mariz, o Liô, se aproximou ao microfone no intervalo entre duas canções e anunciou: “Olha, não serei hipócrita, porque não conhecia o cara, mas não podemos deixar de lembrar o Tom Capone”. O produtor morrera poucos dias antes em um acidente com moto em Los Angeles.

Em uma mórbida ironia, Liô se foi na madrugada de 12 para 13 de dezembro, após ter seu carro prensado por um ônibus em Ipanema, no Rio de Janeiro. Também não conhecia o cara direito – no máximo, de “oi/tchau” quando o encontrava -, mas, sempre quando chegava, dava para perceber que Liô deixava as pessoas mais felizes.

O Som da Rua é uma banda que fez por merecer. Quem acompanha a agenda de shows do Rio de Janeiro já há algum tempo via sempre o nome da banda, se apresentando em vários cantos da cidade. Mas, principalmente, se destacam pela seriedade e pela qualidade. E pela brodagem com outras bandas da cidade.

Liô sempre aparecia em shows de outras bandas. Dava canjas, às vezes sem conhecer direito o outro grupo, só para dar uma força. O Som da Rua lançou seu primeiro álbum, Músicas para Violão e Guitarra, no ano passado. O single e clipe Só uma Canção teve boa penetração nas rádios e emissoras de TV. A banda já estava com várias apresentações agendadas para 2006, incluindo o Festival de Verão de Salvador. O último show do ano seria no mesmo Teatro Odisséia.

O baixista João Rodrigo, outro carregador de pedras da cena carioca, estava com Liô no momento da batida. Foi atendido no Hospital Miguel Couto e liberado no mesmo dia.

Publicado no Almanaque Virtual em 15/12/05

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