sábado, 30 de dezembro de 2006

2007

Como eu não sei se volto aqui antes de segunda, taí minha mensagem de "Feliz Ano Novo", um Angeli devidamente surrupiado do blog do mestre Tas.

Dessa vez não tem balanço, não tem texto legal e não tem cereja de bolo. 2006 é um ano que termina amargo. Ontem eu entrevistei um repórter da Band que, certa vez, estava próximo à uma favela. Um cara chegou e disse, como quem não quer nada: "você vai virar Tim Lopes". Não dá pra desejar feliz ano novo quando seu último trabalho envolveu esse tipo de situação. E essa é a história "publicável" do que ouvi ontem. Eu não vou ver essa cidade transitável como deveria ser. O 'choque de gestão', para usar expressão da moda, tem que durar uns 30 anos para ter efeito.

Enfim, anos ímpares costumam ter mais avanços na minha vida que anos pares. E anos terminados em 8 costumam ser interessantes. Quem sabe não estamos entrando em um bom triênio?

Merde. Isso acabou virando um balanço. E, de certa forma, positivo.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

O texto do Karim Aïnouz

no RioShow de hoje é uma emenda que saiu bem melhor, muito melhor que o soneto. O caderno pediu para "cariocas de destaque" indicarem programas para fazer pela cidade.

Aïnouz deu uma bela resumida da cidade. Mas uma comprovação da tese de que quem faz bom cinema também entende de letras.

Aqui para quem entende a versão online d'O Globo, na página 18. Mas eu recomento o papel.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

As rosas não falam

Mas já se fala na BBC e no Libération - e com chamadas na capa.

Esta é a despedida da Rosinha. Não que ela seja a total responsável, mas é a atual responsável, junto com o alcaide. Chega. Não sei nem o que escrever.

Como deixamos acontecer isso com essa cidade?

[Atualização] Eu não sei o que escrever, mas o JXL já fez. Junto à sua bem sacada contagem regressiva.

O templo paga tributo

Do NYTimes. Conheço um cara que viu um show dele lá.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Natalzinho malfadado esse


Ele e Braguinha. Tremendo vacilo.

sábado, 23 de dezembro de 2006

As músicas do Mitchell

O Mitchell, que é da melhor qualidade como desenhista e como pessoa, está tocando o projeto de ilustrar músicas. Essa aí de O Vento, de Arnaldo Antunes, Paulo Tatit e Sandra Peres (fora Loser Manos!)

Taí outras canjas:

O Homem da Gravata Florida, de Jorge Ben - já citada neste blog.
Grilos, de Roberto e Eramos
Mistério dos Planetas, dos Novos Baianos

Um papo de Natal com Fernando Ferreira

- Fernando, você viu o Oliver Twist do Polanski?

- (Silêncio de 2 segundos) Tsc. O Polanski não tem capacidade de fazer Oliver Twist.

- Mas você não gosta do Polanski?

- Gosto sim. Gosto de muita coisa. E respeito as outras. Já entrevistei o puto.

- Sério!? Quando?

- Quando ele veio lançar o Chinatown. Foi uma entrevista que começou complicadíssima, mas acabei me safando.

- Como assim?

- Começou compliada um mês antes, quando eu tive que assinar um termo de compromisso que não perguntaria nada sobre a Sharon Tate. E o puto, após a morte dela, entrou em uma fase meio viadal: estava com uma roupinha ridícula, uma calça justíssima. Aquela figura bizarra, um homem baixinho com o cabeção enorme...

- Hum.

- Cheguei na suíte do Copacabana Palace acompanhado de uma amiga. Ele apontou e disse: "Com esta mulher, eu não dou a entrevista!". Pedi delicadamente para ela se sentar em um canto e fomos para a varanda. Eu tenso. Mas o uísque que a Paramount ofereceu aliviou a tensão. O Polanski estava na defensiva, mas fui ganhando o cara aos pouco. Primeiro porque falei dos filmes poloneses dele - ele não podia imaginar que eu tinha participado da Cinemateca do MAM - e depois contei que tinha sido um dos únicos a já ter visto o Chinatown.

- Como?

- Pedi uma cabine exclusiva.

- Tá.

- Aí o papo foi fluindo. Inclusive, com um momento em que tive que seguir a risca meus limites profissionais. Perguntei se colocar o John Huston no filme era uma forma de homenagear o cinema noir. E não é que o puto me responde que o cinema noir é francês, e não americano, e que o Huston tava lá só porque era bom ator. E emendou que O Falcão Maltês nem é lá essas coisas. Porra, O Falcão Maltês, porra! O Falcão Maltês!

- Ha.

- Mas, lá pelo quarto copo, ele decidiu inverter o jogo. Me perguntou qual era o meu filme preferido dos deles. Respondi A Dança dos Vampiros. "Impossível! Você não viu o meu filme! They butched my movie". Perguntei qual era o filme dele. "A versão de três horas". "Pois foi exatamente essa a que eu vi". O Brasil tinha sido um dos únicos que tinha visto a versão de três horas. E então, ele quase me derrubou da cadeira: "Aquele filme foi de uma época maravilhosa, porque foi quando eu e Sharon estávamos na nossa melhor fase". E ele descambou de falar da Sharon. Copiei tudo, e coloquei na matéria, com o fino toque final: "Mais do que isso, o repórter não pôde perguntar, por ter se comprometido".

- Boa!

- E o melhor veio no final. Fomos nos despedir e, na porta do elevador, ele pergunta: "Mas eu ainda não sei o que você achou do meu filme, o Chinatown?"

- E o que você respondeu.

- "Almost as good as The Maltese Falcon". O puto deu uma gargalhada estrondosa. "I diserved that", e ficou me mandando cartão de Natal por anos.

O que virá com o jornalismo colaborativo?

Eu não pretendo colocar coisas do Comunique-se aqui. Lá é trabalho e aqui é tudo menos isso. Mas esse texto me deu muito prazer em ser feito. E é um assunto que interessa a alguns dos visitantes daqui. Um só passo e você já não está no mesmo lugar. Que venham mudanças.

O que virá com o jornalismo colaborativo?

Itacuruba, cidade distante 500 quilômetros de Recife, tem menos de 4 mil habitantes, e, em uma primeira olhada, pode não ter nada de diferente de outras da região. Mas Itacuruba guarda uma peculiaridade mórbida: é a cidade com o maior índice de suicídios do país, com 125 mortos para cada 100 mil pessoas, proporcionalmente. Uma tremenda pauta, e certamente grandes veículos já estão correndo atrás. Mas começam “furados”: quem trouxe a informação foi o wikirepórter Raimundo de Moraes, do Brasil Wiki. No site, qualquer pessoa pode enviar notícias que, depois de avaliadas por um jornalista, são publicadas.

O caso é mais um exemplo de uma tendência que, se não é nova, foi consagrada em 2006: o conteúdo participativo, ou colaborativo. Novas ferramentas permitem que mais pessoas possam produzir o que é lido, assistido ou ouvido na internet. A revista Time deu tanta relevância ao assunto que o escolheu a criação coletiva na web como o tema mais importante do ano. E, em jornalismo, o conteúdo colaborativo é observado de perto, tanto com empolgação como apreensão.

O termo “wiki” é uma abreviação da frase “What I know is…”, que pode ser traduzida como “O que eu sei é…”. Popularizou-se com a Wikipedia, enciclopédia online em que qualquer pessoa pode escrever ou editar verbetes. Criada em 2001, a Wikipedia possui, em português, mais de 200 mil verbetes. Em inglês, já passa do 1,5 milhão.

Os textos da Wikipedia entram no ar e só depois são avaliados. No Brasil Wiki, uma equipe de quatro jornalistas checa o material antes de ser publicado. Lançado há menos de um mês, o site já conta com 268 pessoas cadastradas como colaboradores. “Fizemos uma divulgação pequena, mas as colaborações começaram a surgir quase que de forma viral”, conta Eduardo Mattos, um dos idealizadores do Brasil Wiki.

Há mais tempo na web, o Overmundo, lançado em 2005, tem a proposta de ser um centro de convergência de culturas de todo o país. Além de textos e imagens, o site recebe colaborações em imagens e sons. “Nenhuma equipe de jornalistas, não importa seu tamanho ou competência, consegue cobrir ou filtrar a quantidade cada vez maior de coisas importantes que acontecem pelo país. Por outro lado, vitoriosos projetos online sugerem um outro caminho para lidar com esse enorme acúmulo de informação cultural, com cada vez maior descentralização”, informa o texto de apresentação do portal.

Valores revistos
Quem ler o texto sobre Itacuruba escrito por Moraes para o Brasil Wiki percebe digressões sobre a visão do suicídio na filosofia e sobre a poetisa Silvia Plath. Outros artigos trazem impressões bem pessoais sobre os temas tratados.

“Em jornalismo colaborativo, alguns valores do jornalismo tradicional são revistos. Imparcialidade, por exemplo, cai por terra. O importante é que fique claro que os cidadãos-repórteres são a melhor pessoa para contar aquela história”, explica a jornalista Ana Maria Brambilla, autora da tese de mestrado “Jornalismo Open Source: discussão e experimentação do OhMyNews International”, na UFRGS.

O site coreano OhMyNews, lançado em 2000, é tido como pioneiro em jornalismo colaborativo na internet, e serviu como modelo para o Brasil Wiki. Sua versão em inglês foi criada em 2004. “Já existe uma em japonês, e há o projeto para a versão espanhola”, informa Ana Maria. A jornalista acabou não respeitando muito o “distanciamento crítico” com o objeto de estudo: tornou-se correspondente do OhMyNews no Brasil. Atualmente, cerca de 35 mil pessoas já colaboraram com o veículo.

O designer paulista Fernando Mafra colabora com o Overmundo desde outubro. Começou enviando textos sobre a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e hoje publica críticas de filmes e crônicas sobre seu cotidiano e cultura contemporânea. Para ele, os textos do site são jornalísticos.

“Considero definitivamente. Não como veículo de notícias, mas já vi no Overmundo textos extremamente elaborados e reportagens que me impressionaram na qualidade e na complexidade, inclusive ultrapassando a qualidade de periódicos consagrados”, explica.

Toda essa geração de conteúdo jornalístico ainda causa resistência. Ana Maria tenta tranqüilizar os defensores do jornalismo “tradicional”. “Vai continuar tendo espaço para todo mundo. É fundamental que os repórteres-cidadãos tenham sua vida cotidiana, para contar suas histórias. O trabalho dos jornalistas entra na edição, onde são necessários valores e práticas adquiridos na carreira”, detalha.

Mattos, do Brasil Wiki, faz coro: “Nosso propósito não é competir com as mídias tradicionais. Temos outro foco. Queremos que as pessoas contem as suas histórias que não têm espaço nos jornais”.

No papel
A maior parte do que já foi feito no País em jornalismo colaborativo está na web, mas iniciativas já aparecem em veículos impressos. Alguns jornais abriram espaços, mas um dos que mergulharam de cabeça foi o Jornal de Londrina, do Paraná. Aproveitando uma reforma na proposta da publicação, em maio, foram criadas formas para o leitor comentar as notícias e enviar fotos, entre outras possibilidades.

“A seção ‘Eu Acho’ é do leitor. Ele comenta, por e-mail, qualquer notícia publicada no jornal. Os comentários são editados e publicados. Já tivemos debates que se estenderam por uma semana. E outras vezes que uma opinião ali expressada virou pauta”, conta Carla Nascimento, chefe de redação do Jornal de Londrina. “Certa vez, ficamos sabendo de um incêndio. Enquanto ainda preparávamos a equipe para sair, já chegavam fotos dos leitores, que também foram publicadas”, completa.

Após as mudanças, o Jornal de Londrina passou a ser distribuído, e não mais vendido. “Essa busca por interatividade é uma tendência internacional. Estamos tentando concorrer com a internet. E a nossa resposta tem sido muito boa. Houve aumento no número de leitores”, informa Carla.

O projeto mais representativo do jornalismo colaborativo em veículos impressos é a revista Sou + Eu, lançada pela Editora Abril há um mês. O conteúdo da revista, que é voltada para público feminino classe C, é integralmente gerado por seus leitores, que são pagos pela contribuição em até R$ 300. A Abril não economizou com a publicação: foram gastos R$ 13 milhões em publicidade, são prêmios semanais para os leitores de até R$ 1 mil e a tiragem inicial será de 850 mil exemplares, que será utilizada para dimensionar o mercado.

Ana Maria Bramilla atua também como colaboradora no gerenciamento de conteúdo colaborativo da Sou + Eu, e conta que, até agora, os editores não tiveram problemas com falta de colaboradores. “Tem chegado muita coisa, e muita coisa por carta”, diz. Com o pouco tempo de circulação, Ana Maria afirma que a exposição nas bancas tem aumentado.

Para um futuro próximo, a Sou + Eu pretende estreitar os leitores da revista com o seu site. “Muitas pessoas ligam para cá com dúvidas. É um público que não está tão acostumado a usar a internet. Mas a idéia é criar uma comunidade com a Sou + Eu, em que os colaboradores e leitores possam dialogar”, diz Ana Maria.

Futuro
“Tudo está muito badalado, mas ainda não vi nenhum case de sucesso de jornalismo colaborativo no País”. Quem pisa no freio é Bruno Rodrigues, da coluna Conteúdo n@ Rede do Comunique-se, focada em conteúdo online. De fato, o Brasil Wiki é mantido pelo investimento pessoal dos seus dois idealizadores. O Overmundo é patrocinado pelo programa Petrobras Cultural e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

“E ainda existe um certo desconforto entre o jornalismo mais tradicional e os cidadãos-jornalistas”, continua Rodrigues. “Enquanto ficar este incômodo, não sei se o jornalismo colaborativo crescerá”, completa. O texto da Time que justificou a escolha do conteúdo colaborativo como tema do ano também faz a ressalva que o experimento pode dar errado.

Por outro lado, Rodrigues vê surgir a figura do “super-jornalista”: especialistas em diversas áreas que aliam experiência e técnicas. “Isto já ocorre com os blogs de especialistas”, exemplifica.

Ana Maria Bramilla acha que o conteúdo colaborativo vai se espalhar por diversas áreas do jornalismo. “Só acho bem difícil que apareça no jornalismo investigativo, justamente por demandar práticas específicas, além do custo, estrutura e tempo de dedicação. Mas nada impede que tenhamos cientistas focando na área científica ou economistas escrevendo sobre economia”, explica.

E onde o jornalismo colaborativo vai parar? “Não vai parar”, responde Ana Maria. “Ele veio para mudar paradigmas e ficar”.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Placebo

Hoje no Globo saiu a informação que o Placebo retorna ao país em março. O jornal qualificou a banda como "precursores dos emos".

Só tem uma coisa pior do que ler algo escrito assim sobre uma banda que você gosta. É reconhecer que há uma boa dose de razão na frase.

iá!




  • O Inter me deu o prazer de gritar "Barcelona timinho!" da janela ontem de manhã;
  • Prefiro o Ruy que o Belleti;
  • o desenho é do Mario Alberto, "meio Frank Miller, meio Gustavo Duarte", nas palavras do próprio.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Piada Mortal

Na quinta-feira, eu li A Piada Mortal dentro da bela edição especial do Alan Moore que a Panini lançou. Na sexta pela manhã, li que os deputados brasileiros aumentaram seus salários em 90,7%, passando a ser os mais bem pagos do mundo. Achei os dois fatos intimamente ligados.

E o JB, que já tinha acertado na segunda com o Pinochet -
vai tarde - mandou bem de novo.


Friendly Dictators

Este blog anda quieto. E vou me esforçar para mudar isso. Diante do grande acontecimento da última semana no Chile, muito já foi dito. Mas vai o gancho: The Friendly Dictators, um card game estilo Super Trunfo/O Golpe, com os ditadores preferidos da América. O Brasil está devidamente representado pelo general Castelo Branco. Clique no continente a sua escolha no link.

Texto de dois jornalistas americanos e arte do preferido da casa Bill Sienkiewicz.

Ainda tem quem tente justificar Pinochet com o crescimento econômico do Chile atual. Mas o país teve crescimento médio de 2,7% do PIB no período pinochevista e 5% em média na democracia. A raiz está na década de 1970. Mas foi sustentada pelos governos civis do Chile, que investiram em educação. Investiram tanto financeiramente como na mentalidade pela educação do povo chileno. E não há reforma que valha liberdade civil tolidas e milhares de mortos.

"Democracia é a pior forma de governo. Tirando todas as outras" - Winston Churchill

PS: Pinochet, Caixa D'Água e, se tudo for como planejado, Fidel Castro. 2006 termina bem.

sábado, 9 de dezembro de 2006

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Comentários sobre o jornal de hoje

"Após receber extrema-unção, Pinochet melhora" - Vaso ruim não quebra. Extrema-unção, em última ordem, vem do Papa. E dois velhinhos com passado autoritário se entendem.

"O pior dia da História da aviação no Brasil" - Incrível como nada criado por brasileiro dá certo.

domingo, 3 de dezembro de 2006

Toureiros e pingüins

Tá bom! Vai dizer que alguma vez na sua vida você achou que leria um post com o título "Toureiros e pingüins"? Mas o fato é que os dois estão na moda - em duas acepções do termo.

Pingüins têm mandado no cinema. Primeiro com A Marcha do Imperador - o título e esse e não me importa como tenham traduzido -, o documentário que mais lucrou este ano. O que acho dele? Não sei. Não vou pagar para ver algo que já não vejo normalmente no Discovery Channel. Posso queimar - ou gelar, para usar um trocadalho escrilto - a língua depois, mas esta é a minha posição até agora.

E segundo com Happy Feet, indo bem por aqui e imperando na gringa. Minha posição? Não sei e tem várias outras coisas mais interessantes no cinema para ver antes.

Já toureiros tem circulado na música, no sentido mais, urgh, fashion do termo moda. Começou com Mr. Brandon Flowers nas fotos de divulgação do segundo disco dos Killers, Sam's Town, sobre o lado melancólico de Las Vegas (e que foi tema de bela crônica na primeira edição da Rolling Stone brasileira). E espalhou-se pelo mundo emo de Panic! at the Disco, via o clipe de I write sins not tragedy e My Chemical Romance, via clipe de The Black Parade. (Para o bem de todos e felicidade geral da nação, vamos fingir que o Killers não tem um pezinho emo só porque a banda é interessante).

Freddie Mercury deve estar achando graça de tudo isso.

sábado, 2 de dezembro de 2006

Seu Sassá

Acabei de conhecer Seu Sassá, motorista que acompanha muitas produções gringas no país porque fala inglês fluente.

Eu: "Seu Sassá, como você aprendeu a falar inglês tão bem?"

Seu Sassá: "Eu morei nos Estados Unidos por muitos anos".

Eu: "Você foi para lá fazer o quê?"

Seu Sassá: "Jogar futebol no Cosmos, com o Pelé".

Meu queixo tá no chão até agora.

PS: Seu Sassá é muito amigo de Zach Snider, para quem trabalhou por aqui. Snider é o diretor de Madrugada dos Mortos e 300, este com o Rodrigo Santoro. "Ele disse que ia me chamar para ser dublê do Sean Connery". Achei levemente parecido.

PPS: Conheci Seu Sassá acompanhando a equipe da CNN no Rio. O resultado está lá no Comunique-se.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

O Ódio, parte III

Um policial francês negro, originário do Caribe, é condecorado ao defender um judeu do ataque de um francês branco, torcedor do aristocrata Paris Saint-Germain. O torcedor morre. A polícia condecora o policial, que também é homenageado pela comunidade judaica. Enquanto isso, a torcida do PSG - e certamente os setores mais tradicionalistas da França - querem a cabeça do policial.

Só eu estou vendo um puta roteiro cinematográfico aí?

Vive l'égalité.

PS: A Parte II de O Ódio aconteceu ano passado, nos banlieues.

domingo, 26 de novembro de 2006

Quem disse que torcedor só ajuda da arquibancada?

Ia de bicicleta ver o pôr-do-sol do Arpoador - sim, tenho um lado meio hippie - quando, na altura do Posto 10, vejo um malandrinho de barba rala com outros caras usando uma sunga bad-boy vale-tudo no calçadão. As frases a seguir vieram todas na minha cabeça, de forma muito mais rápida do que aqui expressada.

- Ih, o Roger, do Fluminense.

- Mas o Roger não joga mais no Fluminense. Foi pro Corinthians. O que ele está fazendo aqui?

- Putz, o Corinthians joga amanhã com o Botafogo. Respondido.

- Peraí: vou atropelar o Roger, e então ele não joga!

Só que, logo após, me ocorreu que ter o Roger em campo pode ser melhor pro Botafogo.

PS: É a segunda vez em um mês que encontro o Roger. Se ainda fosse a Galisteu...l

PPS: Sou reincidente.

sábado, 25 de novembro de 2006

Noite Branca no Rio


Noite Branca é uma iniciativa em que a própria prefeitura da cidade te incentiva a varar a noite na rua. A de Paris é giga, com DJs no Centre Pompidou e música de camerata na Notre Dame.

No Rio, o desafio é ainda maior por motivos de caos. Mas vai aí a minha força na divulgação - que tá bem fraquinha. Programação completa aqui. Concentraram tudo no Centro.

Ah, e parece que o Amarelinho vai varar a noite...

[Atualização]: Eu furei.

Weird Al acerta de novo



Mais Weird Al aqui. Fiquei ainda mais no clima de Hutúz depois dessa.

Haka dos All Blacks

Assisti outro dia França e Nova Zelândia em um jogo festivo de rugby, o campeão europeu contra o campeão do hemisfério sul. A equipe francesa usando uma réplica do seu primeiro uniforme, tipo aquele Brasil x França do centenário da Fifa. Antes do jogo, assisti algo que sempre me impressiona bastante: milhares de vozes cantando em uníssono a Marsellaise, no Stade de France. Fiquei divagando como o hino francês não é só a canção que representa uma nação, mas um canto de guerra forjado em uma revolução.

Então, veio a resposta.

Os All Blacks, como os neozelandeses são conhecidos, se reuniram no centro do campo e fizeram seu Haka, uma dança de guerra aborigene, um chamado para a batalha. Já tinha ouvido falar disto, mas nunca visto. O estádio inteiro em silêncio. Os gritos maoris deviam ecoar até nos vestiários.

Os All Blacks engoliram os franceses facilmente com um 23-11.

Quem sabe se o Ronaldo fizesse uma dança xavante, 1998 teria sido diferente.

PS: o vídeo não é do jogo em questão.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Ian Thorpe se aposenta aos 24 anos

Penso seriamente em fazer o mesmo.

domingo, 19 de novembro de 2006

Pecep



é Projeto de Educação Comunitária da Escola Parque, uma idéia que surgiu quando eu ainda estava no colégio: colocar os alunos para dar aulas pré-vestibulares para moradores das favelas do entorno - e de mais onde se dispusessem - da escola.

E lá se vão cinco anos e 86 aprovações, como mostra o videozinho comemorativo. Idéias como o Pecep são gotas no oceano da desigualdade brasileira. Mas uma gota que já mudou a vida de, pelo menos, 86 pessoas.

Muito do que é o Pecep acontece graças ao Tiago, o sujeito barbudo que aparece várias vezes nas imagens. É bom admirar as pessoas. E melhor ainda quando o admirado é um amigo seu.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Linhas

Bangue-bangue correndo solto no Bukowski cheio de pistoleiras ontem, e o Lacerdinha pergunta:

- De que linha você acha que vieram as mulheres dessa festa?

- Linha? Como assim linha? Acho que é uma mistura e...

- Não! Linha Amarela ou Linha Vermelha?

Ai...

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

E a graça?

O Deep Purple vai tocar no Riocentro com abertura do Massacration. Tem gente que não sabe a hora de parar.

O DP tá pior que futebol master.

Bateria é ralé

Qualquer zé mané toca.

domingo, 12 de novembro de 2006

Parafraseando

Quando a sua vida muda para melhor ou para pior, sua atuação na internet fica muito comprometida.

Um dia esse blog volta ser uma atualização decente.

Morreu Jack Palance

Acredite, se quiser.

Tremenda sacanagem...

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Batman foi ensaio

Quer Michael Cane e Christian Bale em um bom filme de Christopher Nolan? Vá de O Grande Truque e leve um Hugh Jackman de lambuja.

É bem mais do que isso. Achei o filme mais sofisticado que Nolan já fez. Parece que
Batman Begins foi só para ganhar cacife e poder bancar isso aqui. O filme é produção de época, o que sempre encarece muito. Mas garante Scarlett Johansson de espartilho.

O Grande Truque é o tema do filme: a rivalidade entre dois ilusionistas criados juntos na Londres vitoriana. Antagonismo bom reflete-se em tudo, e traz várias interpretações. Joseph Conrad e seus Duelistas estão orgulhosos. O Grande Truque é a estrutura do filme, em várias camadas, idas e vindas, leituras para cá e para lá, enganando o espectador. Nada daquele malabarismo chinfrim de
Memento. Mágica de verdade. O Grande Truque é escalar uma boa nova atriz inglesa de dentes tortos e amarelados, Rebecca Hall. Colocar um dos bibelôs preferidos deste blog, Piper Perabo, em um filme decente. E botar David Bowie de volta no cinema, em uma ótima aparição como o misterioso e real Nikola Tesla.

Mas o maior truque de todos é se deixar enganar pelo cinema. A maior tapeação consentida da história da humanidade. Bela homenagem, Nolan.

PS: Ah, nerds, sim: Batman versus Wolverine. E, como sempre, Batman vence.

PPS: Georges Méliès era ilusionista.

sábado, 4 de novembro de 2006

Fama e anonimato

O que é o César Maia

no anúncio do Barrashopping?!

Ele se supera.

Livre navegação

Os Repórteres sem Fronteira organizam, entre os dias 7 e 8, protesto virtual em seu site contra os países que censuram a internet. Muito mais informação aqui. A peça acima foi criada pela Saatchi & Saatchi para a campanha. Tem outras mais legais, animadas em flash.

Quem é?

O nome do arquivo é uma dica. Resposta nos comentários.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

No sleep 'til Rio!

Odeio expressões superlativas, e odeio quem as usa. Mas os Beastie Boys são a melhor banda de hip hop da história. E o Tim Festival trouxe eles para cá semana passada. O mesmo festival que já tinha me dado o Public Enemy. Maneiro. Das outras bandas/pessoas do hip hop que eu gostaria de ver, ou estão mortos ou estão presos.

Os B-Boys ganham pela improbabilidade. O velho papo dos três judeus brancos do Brooklyn que fundamentaram o hip hop na virada dos 80 pros 90 com
Paul's Boutique, disco que simplesmente não poderia existir hoje devido ao custo dos direitos dos samplers (e isso já deu o maior xabu). E foi muito bom ver aqueles três senhores de terno fazendo o que fizeram de melhor nos últimos 20 anos. MCA, com um óculos de aro grosso no início do show, parecia então que ia apresentar o Fantástico.

Os caras tem até formação tática: os dois esgarniçados, Mike D e Ad Rock, pegam os flancos esquerdo e direito, se revezando. O primeiro é o mais performático; o segundo é o gente boa que fala com o público entre as músicas. MCA e sua voz seca ficam mais no meio do palco, de vez enquando sendo chamados de volta ao espetáculo -- MCA/ where have you been?. E o grande DJ Master Mike preenche todos os espaços que sobram.

O repertório foi irrepreensível, incluindo todos os hits e passando por músicas mais desconhecidas. Abriram com Root Down, mas o negócio explodiu mesmo em Sure Shoot. A molecada foi agradada com Body Movin', Ch-ch-check it out e Intergalatic, a escolhida para a volta depos do bis. A velharada - que virou moleque - foi de Brass Money (a preferida da filha do MCA), So What'cha Want, Time to get ill, e No Sleep til Brooklyn. Costuradas no meio, coisas improváveis como Flute Loop. E todo mundo ficou maluco mesmo quando, já com os instrumentos, veio Sabotage. Se você só pode abrir um vídeo, recomendo este.

Por mais que sejam ainda algo de mais avant-garde que tem por aí, sinto um ar meio melâncólico nos Beasties Boys - principalmente em MCA. Ok, era um show no Rio, o que costuma agradar muito por público e cenário, e o disco novo tá no forno. Mas parece que a fonte tá secando, e algumas coisas não têm mais a ver com os caras - Fight for your right (to party) é algo que não cabe mais no show.

Honestidade e seriedade foi algo sempre presente para estes três caras. Seja o que vier, eles já cumpriram sua missão. Thanks, bros!

PS: Muitas palmas para o DJ Shadow.

PPS: Talvez eu tenha esquecido de mencionar que a foto lá de cima, de Maya Hayuk, ilustra um Páginas Negras maravilhosa da Trip.

Quem é vivo sempre aparece

Esse puto ainda existe...

O conto das seis palavras

A Wired pediu para várias pessoas bacanas e outras nem tanto escreverem contos de seis palavras. O resultado é esse, devidamente retirado de um site safado, que pegou de outro lugar.

Failed SAT. Lost scholarship. Invented rocket.
- William Shatner

Computer, did we bring batteries? Computer?
- Eileen Gunn

Vacuum collision. Orbits diverge. Farewell, love.
- David Brin

Gown removed carelessly. Head, less so.
- Joss Whedon

Automobile warranty expires. So does engine.
- Stan Lee

Machine. Unexpectedly, I’d invented a time
- Alan Moore

Longed for him. Got him. Shit.
- Margaret Atwood

His penis snapped off; he’s pregnant!
- Rudy Rucker

From torched skyscrapers, men grew wings.
- Gregory Maguire

Internet “wakes up?” Ridicu -
no carrier.
- Charles Stross

With bloody hands, I say good-bye.
- Frank Miller

Wasted day. Wasted life. Dessert, please.
- Steven Meretzky

“Cellar?” “Gate to, uh … hell, actually.”
- Ronald D. Moore

Epitaph: Foolish humans, never escaped Earth.
- Vernor Vinge

It cost too much, staying human.
- Bruce Sterling

We kissed. She melted. Mop please!
- James Patrick Kelly

It’s behind you! Hurry before it
- Rockne S. O’Bannon

I’m your future, child. Don’t cry.
- Stephen Baxter

1940: Young Hitler! Such a cantor!
- Michael Moorcock

Lie detector eyeglasses perfected: Civilization collapses.
- Richard Powers

I’m dead. I’ve missed you. Kiss … ?
- Neil Gaiman

The baby’s blood type? Human, mostly.
- Orson Scott Card

Kirby had never eaten toes before.
- Kevin Smith

Rained, rained, rained, and never stopped.
- Howard Waldrop

To save humankind he died again.
- Ben Bova

We went solar; sun went nova.
- Ken MacLeod

Husband, transgenic mistress; wife: “You cow!”
- Paul Di Filippo

“I couldn’t believe she’d shoot me.”
- Howard Chaykin

Don’t marry her. Buy a house.
- Stephen R. Donaldson

Broken heart, 45, WLTM disabled man.
- Mark Millar

TIME MACHINE REACHES FUTURE!!! … nobody there …
- Harry Harrison

Tick tock tick tock tick tick.
- Neal Stephenson

Easy. Just touch the match to
- Ursula K. Le Guin

New genes demand expression -- third eye.
- Greg Bear

K.I.A. Baghdad, Aged 18 - Closed Casket
- Richard K. Morgan

WORLD'S END. Sic transit gloria Monday.
- Gregory Benford

Epitaph: He shouldn't have fed it.
- Brian Herbert

Batman Sues Batsignal: Demands Trademark Royalties.
- Cory Doctorow

Heaven falls. Details at eleven.
- Robert Jordan

Bush told the truth. Hell froze.
- William Gibson

whorl. Help! I'm caught in a time
- Darren Aronofsky and Ari Handel

Nevertheless, he tried a third time.
- James P. Blaylock

God to Earth: “Cry more, noobs!”
- Marc Laidlaw

Help! Trapped in a text adventure!
- Marc Laidlaw

Thought I was right. I wasn't.
- Graeme Gibson

Lost, then found. Too bad.
- Graeme Gibson

Three to Iraq. One came back.
- Graeme Gibson

Rapture postponed. Ark demanded! Which one?
- David Brin

Dinosaurs return. Want their oil back.
- David Brin

Bang postponed. Not Big enough. Reboot.
- David Brin

Temporal recursion. I'm dad and mom?
- David Brin

Time Avenger's mistaken! It wasn't me...
- David Brin

Democracy postponed. Whence franchise? Ask Diebold...
- David Brin

Cyborg seeks egg donor, object ___.
- David Brin

Deadline postponed. Five words enough...?
- David Brin

Metrosexuals notwithstanding, quiche still lacks something.
- David Brin

Brevity’s virtue? Wired saves adspace. Subscribe!
- David Brin

Death postponed. Metastasized cells got organized.
- David Brin

Microsoft gave us Word. Fiat lux?
- David Brin

Mind of its own. Damn lawnmower.
- David Brin

Singularity postponed. Datum missing. Query Godoogle?
- David Brin

Please, this is everything, I swear.
- Orson Scott Card

I saw, darling, but do lie.
- Orson Scott Card

Osama’s time machine: President Gore concerned.
- Charles Stross

Sum of all fears: AND patented.
- Charles Stross

Ships fire; princess weeps, between stars.
- Charles Stross

Mozilla devastates Redmond, Google’s nuke implicated.
- Charles Stross

Will this do (lazy writer asked)?
- Ken MacLeod

Cryonics: Disney thawed. Mickey gnawed. Omigawd.
- Eileen Gunn

WIRED stimulates the planet: Utopia blossoms!
- Paul Di Filippo

Clones demand rights: second Emancipation Proclamation.
- Paul Di Filippo

MUD avatars rebel: virtual Independence Day.
- Paul Di Filippo

We crossed the border; they killed us.
- Howard Waldrop

H-bombs dropped; we all died.
- Howard Waldrop

Your house is mine: soft revolution.
- Howard Waldrop

Warskiing; log; prop in face.
- Howard Waldrop

The Axis in WWII: haiku! Gesundheit.
- Howard Waldrop

Salinger story: three koans in fountain.
- Howard Waldrop

Finally, he had no more words.
- Gregory Maguire

There were only six words left.
- Gregory Maguire

In the beginning was the word.
- Gregory Maguire

Commas, see, add, like, nada, okay?
- Gregory Maguire

Weeping, Bush misheard Cheney’s deathbed advice.
- Gregory Maguire

Corpse parts missing. Doctor buys yacht.
- Margaret Atwood

Starlet sex scandal. Giant squid involved.
- Margaret Atwood

He read his obituary with confusion.
- Steven Meretzky

Time traveler's thought: "What's the password?"
- Steven Meretzky

I win lottery. Sun goes nova.
- Steven Meretzky

Steve ignores editor's word limit and
- Steven Meretzky

Léia: "Baby's yours." Luke: "Bad news…"
- Steven Meretzky

Parallel universe. Bush, destitute, joins army.
- Steven Meretzky

Dorothy: "Fuck it, I'll stay here."
- Steven Meretzky

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Daft Punk - Adendo

"Daft Punk são os filhos gêmeos de Tony Manero e Darth Vader" - João Ximenes Braga

PS: Eu juro que quando me recuperar escrevo sobre os Beastie Boys.

PPS: Por inferno Sérgio Cabral, Lula e Alckmin.

domingo, 29 de outubro de 2006

Sete toneladas

Foi o quanto que o Daft Punk trouxe de equipamento. E seis toneladas são só para luz.

Há pouco menos de um ano, quando o Pearl Jam tocou aqui, o palco quase não tinha efeitos. Nem um pano com o nome da banda no fundo. Achei supercoerente com os caras.

Agora o Daft Punk faz isso. E também achei supercoerente com os caras. A expressão artísticas deles vai extrapola música - tanto que já fizeram filme e longa de animação. Os efeitos e as pirotecnias não são complementos; eles fazem parte do show dos jaspions franceses. É tudo pensado para te seduzir do alto daquela piramide.

[Eles ficam o show inteiro no topo de uma pirâmide, maquinando. De onde você menos espera, surgem luzes com grande variação de cores, como nas astes triangulares na lateral do palco ou no corpo da pirâmide. O fundo do palco vira um enorme telão falsamente reticulado. E a pirâmide vira um telão de alta definição. E o começo de tudo é com as cinco notas da música de Contatos Imediatos de Terceiro Grau (tenho quase certeza que no filme eram só quatro)].

A apresentação foi curta - cerca de 1h20 -, o que aborrece ainda mais levando em conta o preço e o fato deles serem a
atração única (seria impossível compartilhar aquele palco com mais alguém). Mas bem porrada, com altos samplers de guitarra e zumbido no ouvido no fim da noite. E foi a prova que música pode ir bem além da própria música.

Agora dá licença que eu vou ver Interstella 5555.

Vídeo Bônus:



Assisti umas sete vezes seguidas. Essa aí mora no meu coração para sempre.

Stallone Batman

Bola levantada pelo blog do UHQ: grandes momentos dos quadrinhos, Cavaleiro das Trevas e tudo aquilo que faz Dark Knight Returns ser foda.

Mas nunca tinha reparado na frase da fossa. Ela segue o mesmo padrão do axioma clássico de Stallone Cobra: "Você é a doença. E eu sou a cura".

As duas obras são de 1986. E aí: quem copiou quem?

sábado, 28 de outubro de 2006

Emo

Hoje tem show da Patti Smith. E eu não vou.

Mas Patti Smith deve ficar constrangida de, entre todas as coisas que o punk rock gerou, estar o Emo. Tremendo infortúnio. Mas, se há algo pior do que o som, é o visual. Em cinco anos, olharemos para isso da mesma maneira que oolhamos para poodle metal dos anos 1980. E ainda transgrediu para outras áreas.

O que foi o cabelo do Almir, ex-Botafogo, hoje no jogo contra a Ponte. Jogador de futebol só ventila coisa errada.

www

Um suiço teve a idéia de uma rede ligando vários computadores, e lançou a pedra fundamental. O exército norte-americano encampou a proposta, achando que se seria uma forma estratégica de comunicação entre suas bases. Pouco depois, abriram parte desta rede para uso universitário, com algumas instituições trocando pesquisas. Foram alargando a parada até que, em meados dos anos 1990, caiu no uso popular, através de qualquer computador e um telefone. A conexão melhorou, mas ainda antes disso um adolescente chamado Shawn Fanning criou um programa para troca de arquivos de áudio. Ele foi processado, o programa virou a casaca e outros vieram em seu lugar, ampliando a opção para outros tipos de arquivo.

Toda essa história ganhou um propósito hoje de manhã. Graças à internet, assisti novamente o show do Alice in Chains no Hollywood Rock 93. A última vez que tinha assistido foi ao vivo, sentado na poltrona de casa, aos 10 anos de idade, com o meu pai reclamando daqueles cabeludos, "esses caras não costumam criar boas situações". Foi uma empatia imediata - provavelmente potencializada por meu pai estar falando mal. Não me engajei na banda imediatamente, até porque meu inglês não existia, mas aquele momento me marcou. Lembro-me muito bem. O Alice in Chains sempre será uma das minhas bandas favoritas.

Mas nem lembro tão bem assim. Tinha clara na minha cabeça a imagem da banda tocando Angry Chair. Só que Angry Chair só estava no mundo das idéias naquele ano. Era a turnê do Facelift ainda. Tem cada peça que a nossa mente prega.

Mas era um momento perdido. Que a internet recuperou.

PS: cara, eles não tocaram Man in the Box! A não ser que a Globo tenha cortado para colocar o Maurício Kubrusly.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Heloïse Hélène

A nova sensação na política francesa chama-se Ségolène Royal, a provável candidata do Partido Socialista - ainda está sendo definido, mas parece que madame engoliu os concorrentes internos nos debates (lá as plentárias são televisionadas). É a grande força que pode impedir Nicolas Sarkozy de chegar à presidencia, agora que a candidatura de Villepin subiu no telhado.

Nova sensação é força de expressão. Ségolène circula pelo PS francês desde a década de 1970. Já foi ministra do meio ambiente, vice-ministra da educação e vice-ministra da infância e da família, além de presidente da região de Poutou-Charentes, dando um bafão na candidada do ex-primeiro ministro Raffarin. Mantém, bem francesamente, uma união estável com o velho socialista François Hollande.

A principal plataforma de Ségolène para ganhar os franceses é algo bem conhecido dos gaúchos: orçamento participativo. Ela tirou a idéia de suas idas ao Fórum Social Mundial. Promete se focar principalmente em questões de educação, meio ambiente e direito de minorias. Não sei qual será a política com os imigrantes.

Há outra coisa sobre Ségolène: a foto acima não precisa de legenda. Ela é typiquement francesa, com elegância e nariz fino. Será um belo refresco após o picolé de chuchu original, Jacques Chirac.

Go ahead, punk: make my day

Tem vezes que o Clint Eastwood faz o seu dia.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Retificando o Ultraje

A AirChina inaugura em dezembro o primeiro vôo Pequim-São Paulo, com escala em Madri.

Se Roger Moreira, com seu QI avantajado, tivesse escrito Vamos Virar Japonês hoje, trocaria a nacionalidade em questão por chinês.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

RW, o outro


Putz, eu fui no show do Robbie Williams. E foi foda.

A produção de palco não deixa nada a dever ao RW do post abaixo. Lá fora, deve ser até maior - ele não trouxe tudo para a turnê latina. O show começa com a banda no palco. Fogos, telão de alta definição no fundo e clipes exclusivos para show. Muitas luzes. E o puto surge de uma cortina de fumaça no meio do público, correndo por uma passarela.

Robbie Williams é o Renato Gaúcho, se fosse inglês e
boy bander: é eficiente no que faz, muito estrela e sem rodeios com as palavras. Não é um cantor genial, mas se garante. Suas letras são ácidas e irônicas. Mais ou menos como suas falas para o público. Disse que a América do Sul é o único lugar que ainda o confundem com Robin Williams. "He is a fucking American fag. I'm British. He was in fucking Mrs. Doubtfire while I was just a little boy in fucking Take That, for god's sakes!". Sorry, Serginho Grossman.

Falando em Take That, ele cantou
Back for Good. Meio puto, é verdade. Deixava os refrões para o público. Fez o mesmo em Angels. Nada como um pop-star de saco cheio. Mas compensou em Let me Enterntain You, Rock DJ - logo a segunda - e Come Undone. E com um sensacional funk NY Afrika Banbaataa (mas nem tanto) Rude Box, com animações inspiradas em pinball.

RW colocou o público no bolso - já tinha feito algo parecido com muito mais gente, como mostra o DVD que voltimeia passa por aí. Só tinham umas 7 mil pessoas na Apoteose ontem - e os ingressos estavam quase sendo distribuídos para o público, dado o número de promoções por aí. Ele sacaneou isso, os espaços vazios. Aliás, sacaneou tudo, inclusive a mania brasileira de gritar após qualquer coisa que o artista fala. No final, mostrou a bunda. Acho que ninguém mostrava as partes íntimas em show de rock (friso o show de rock) na Apoteose desde Kurt Cobain.

PS: O último CD do cara teve consultoria visual e de conteúdo por Frank Quitely e Grant Morrison. Ganhou mais pontos.

domingo, 15 de outubro de 2006

Confortably Numb

Roger Waters na Apoteose dia 24 de março! Quem traz é a Cie, que não costuma dar bola fora.

Uma semana depois, resquícios do The Who no mesmo local.

A Sub Pop já não é a mesma

Estava assistindo uns clipes do Gathering no Youtube - o único lugar onde eles podem ser assistidos - e surge esse link na faixa ao lado, Director's Videos, que é patrocinada.

Primeiro, eu estranhei e pensei o que está no título.

Mas depois me resignei. A Sub Pop continua a mesma, dando chances ao novo e inusitado, posando de indie mas sendo o mais capitalista possível. E, vou confessar: Cansei de Ser Sexy me diverte.

Atentem a descrição do vídeo e do grupo.

Quem disse que o Botafogo não chega no topo?

Fotografia de dois guias sherpas do Himalaia, mais exatamente no Monte Everest. O autor da foto é o engenheiro Carlos Porto, que escalava o monte mais alto do mundo e encontrou as duas figuras. Já trajadas assim. Retirei a história do blog do irmão do Carlos, o Roberto.

PS.: Embate épico ontem no Maracanã. Botafogo e Santos nunca é um simples jogo.

Interpretação dos Sonhos

Essa eu tive que correr para o computador para contar: sonhei que estava votando. Não foi nada tranquilo: eu ficava minutos em frente à urna eletrônica, sem saber o que fazer. Tenso.

Ao final, digitava um número. Algo bem diferente do que tenho em mente para o dia 29.

Não gostei nada do desfecho. Ainda não sei se foi um pesadelo.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

2 filhos de Vânia

Os bróders Cavalera juntos novamente. Aconteceu em Phoenix, para um show beneficente. E vem coisa nova por aí. A Trip registrou.

Atualização: Os dois deveriam ficar muito orgulhosos por isso. Uma banda não acaba em seus integrantes, mas no legado que deixa para seus admiradores.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Sin perder la ternura

www.8p.com.br/grupo/sacaneandoche/flog/

Há tempos não ficava tão feliz com algo de minha autoria.

Quadrinhos e mulheres

Até um tempo atrás, eu tinha um certo mandamento: não falarás de quadrinhos com mulheres até o, vamos ver, décimo encontro. Podemos concluir que eu era um babaca preconceituoso comigo mesmo.

Sexta passada, estava em uma despedida de uma amiga que vai se mudar para o Canadá quando ela mesma recomenda este blog para uma outra garota. "Mas ele escreve sobre o quê?". "Ah, ele fala de várias coisas, tipo quadrinhos e...". Eu mesmo interrompi: "Mas não é só quadrinhos; é blábláblá". Podemos concluir, então, que eu ainda sou um babaca preconceituoso comigo mesmo.

Mas todo leitor de HQ (que se relaciona) passa por isso. O momento da anunciação. A hora de mostrar o esqueleto no armário. Ou melhor, a sua pilha de gibis da Liga da Justiça.

As reações são varidas. Vão desde a indiferença até desconforto. Uma vez, uma menina que trabalha com filmes achou "um absurdo" eu colocar quadrinhos no mesmo patamar artístico que Cinema. É reflexo de um preconceito antigo, que escorre até para áreas acadêmicas.

Mas algo começou a mudar há pouco tempo, e a responsabilidade é da moça aí de cima. Não só dela; mais ainda do seu companheiro teioso (mas eu não ia perder a oportunidade de postar essa Mary Jane do Adam Hughes remetendo a John Romita) e seus filmes. Um outro reflexo que os sub-gênero "filme de super-herói" é que os quadrinhos ficaram menos malditos para as mulheres. Se ela pode ir ver Batman Begins com você e achar legal, porque você não pode ler Asilo Arkham e ser um cara bacana (isso, claro, se ela for razoável).

Resumo: quadrinhos passaram minha adolescência inteira sendo coisa de mané. Hoje, é fofinho. Tremenda vingança dos nerds.

Casal 20

Nos anos 1980, o Fluminense complicava bastante a vida dos seus adversários através dos atacantes Assis e Washington. Pela sintonia, os dois jogadores acabaram recebendo o apelido de Casal 20 em alusão ao seriado de TV. Washington e Assis funcionavam independentes, mas os dois se conheciam há tanto tempo (desde o Atlético-PR) que se completavam. O rendimento de um favorecia o outro, e vice versa.

É mais ou menos a mesma coisa com Steve Niles e Ben Templesmith. Dono de um estilo de ilustração que, ao mesmo tempo, parece caótico, mas com elementos facilmente identificáveis, o australiano Templesmith vagava pelas beiradas do mercado americano de quadrinhos, trabalhando em séries como Star Wars e Buffy, a Caça-Vampiros. Fã de detetives e filmes de horror, Niles era um roteirista amador e balconista profissional com passagens por companhias como Disney e o estúdio de Todd McFarlane. Até que, em 2002, os dois fizeram 30 Dias de Noite.

A história dos vampiros deu um novo fôlego às HQs de horror nos EUA. E um grande empurrão na carreira de ambos. A arte sombria de Templesmith fluía perfeitamente com as histórias tenebrosas de Niles. Só que a porção detetivesca do roteirista não estava sendo atendida. É aí que surgem Cal McDonald e Crimes Macabros.

Como explica Niles no posfácio da edição lançada pela Pixel Media, McDonald era um personagem que já o acompanhava há um tempo, sempre em contos policiais com um clima noir. Um dia, só para ver como ficava, Niles colocou um lobisomem na história. E McDonald passou a agradar todas suas facetas.

Foi o diferencial. McDonald segue bem na risca a cartilha dos detetives anti-heróis: bebe e fuma adoidado, tem um comportamento longe do exemplar, passa por cima de jurisdições e procedimentos, narra em off alguns trechos da trama, que se passa em Los Angeles. Até mesmo o desprezo com que encara os seres malditos não é muito novo, remetendo a um outro inspetor do sobrenatural dos quadrinhos. Diferente mesmo são as criaturas: os vampiros de Niles não são charmosos. Eles não são metáforas para nada. São somente monstros e são felizes assim.

E, nesse sentido, são muito favorecidos pela representação inumana feita por Templesmith: quando atacam, parecem tubarões, com os dentes projetados. Característica semelhante têm os lobisomens do artista. São rabiscos peludos, quase disformes. Todos favorecidos pela ambientação soturna; Templesmith praticamente só usa preto e variações de cinza e sépia. E verde para os zumbis.

Crimes Macabros mostra uma estranha aliança entre vampiros e lobisomens (seres que só se relacionam bem em desenhos do Scooby Doo) para cometer crimes atípicos. A trama vai até a Idade Média e culmina em uma luta de classes monstruosa. Não é muito inovador, mas entretém. De inusitado, a forma como Niles mostra os zumbis como coringas, se dividindo entre os lados da guerra. E todos inteligentes. Nada de “mioooolos”.

O álbum traz ainda uma boa história extra de McDonald em uma Las Vegas escura, além de biografia dos autores e uma introdução por Rob Zombie. Crimes Macabros tem chances de ser transformado em filme, com Thomas Jane (protagonista de Justiceiro, e velho chapa de Niles) encabeçando o elenco. Só espero que não transfiram a história de Los Angeles para Londres, como fizeram com o outro.

Crimes Macabros tem formato 17x26 cm, 180 páginas e preço sugerido de R$ 34,90. Alguns trechos da história podem ser lidos aqui.

Publicado no Sobrecarga em 11/10/06.

Isso aqui ainda é um blog de cultura pop. E esse texto é minha homenagem aos tricolores sobre dias melhores.

Ainda debate

Escrevi o post sobre o debate minutos após o mesmo, sem ter consultado nada. Nos dias posteriores, a imprensa em massa e amigos em massa discordaram que o Lula tenha sido melhor. Quando você aponta para um lado e os demais para outro, o mínimo que você deve fazer é reavaliar a sua posição.

Continuo achando que o Lula foi melhor. Nem ele acredita nisso, mas fiquei com essa impressão. Reconheço que o Alckmin deu uma apimentada, chamou um presidente de mentiroso em rede nacional pela primeira vez na história. Há de ter culhão. Mas ainda acho que o Lula conseguiu se desvencilhar bem dos ataques. Não respondeu, mas driblou. E ridicularizou Alckmin. Acho que a maioria dos telespectadores indecisos tiveram essa impressão. Na última pesquisa do Datafolha, Lula abriu uma diferença considerável.

Antes dos comentários passionais demais e analíticos de menos: não defendo Lula. Meu voto é nulo. Só acho que ele levou essa.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Batalha das capas

"Let's get the hell out of here."

piauí é aqui

Revista piauí nas bancas. Gente boa, projeto gráfico bom, Danuza Leão, Dorrit Harazin, Roberto Pompeu de Toledo, Rubem Fonseca, Coyote Coió e outros.

Mas só li mesmo o Ivan Lessa e sua volta ao Rio depois de 30 anos (na verdade, 28 anos, 6 meses e 7 dias).

"Eu: 'Casa da Feijoada', 'Delícia Tropical'. Tá certo. São nossos nomes, nossos nomes. Agora, que frescura é essa de 'Doncaster', 'Nero's Palace', 'Desir D'Argent'?

Taxista: O senhor é um nacionalista, não é?

Eu: Mais ou menos. Depende da nação."

Obs.: João Moreira Salles, que é esperto e intelectual, batizou sua editora de Alvinegra e termina todas as mátérias com a rubrica de uma bolinha preta com uma estrela branca e solitária no meio.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Oito?

Segundo o Pearl Jam Evolution, o Eddie fez esse oito para fãs brasileiros num show em Madri. Seria 2008?

domingo, 8 de outubro de 2006

1º round: Lula ganhou

E ganhou por muitos pontos. Alckmin não foi a nocaute, mas ficou bem atrás na pontuação. O capitão chuchu estava nervoso, recorrendo com frequência ao tique de lamber os lábios. Estourou o tempo quase sempre, chegando a ter o microfone cortado algumas vezes. Centrou a argumentação no mensalão e outros escândalos, o que, aos ouvidos do povo, soa como notícia velha. Tentou dar porrada assim, mas Lula resolveu fácil.

Difícil entender por que ele faltou aos debates do primeiro turno. Lula falou fácil, amarrando Alckmin ao FHC, privataria e PCC. Usou gírias, falou na língua do povo. E sempre se defendeu dizendo que Alckmin só batia, sem apresentar propostas de governo. Lula também não apresentou, mas foi o primeiro a anunciar que o adversário não fazia. Provocou, e depois não fez o que disse que ia fazer. Um drible elástico, para usar uma metáfora futebolística.

E o Alckmin ainda citou o Bial em uma empresa concorrente, o que é deselegância. O chuchu, na verdade, é banana.

Ainda sobre ficar velho

Hoje estava passando De Volta para o Futuro III no Telecine Cult. Só falta tocar Nirvana na Antena 1 agora...

Now testify

Analisava hoje um quadro comparativo dos programas de governo de Lula e Alckmin. Salvo poucos pontos, como atuação das agências reguladoras, os projetos são bem parecidos. Em algumas áreas, tipo economia, são identicos. Aquela história que o PT e o PSDB são, no fundo, as duas pontas da mesma ferradura (e viradas na mesma direção), prova-se cada vez mais verdade.

Enfim, exauridas as questões ideológicas, o debate (palavrinha, heim...) escorre para a atuação política. O Lula, além de ter sacaneado o meu voto de confiança, vai ter que montar governo com bancada evangélica e com um pedaço do PMDB, com sindicalistas e sem técnicos. Alckimin vai com a outra parte do PMDB - a pior possível - e mostrasse inábil e ingênuo. Além do mais, eu passei perto do comitê dele no Jardim de Alah ontem e, na boa, não dá para olhar aquele cara e pensá-lo como presidente. Tem coisas que são superficiais porém verdadeiras.

Toda essa história tá me lembrando isso aqui:

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Manhã terribilis

Minha manhã de hoje:

- Atravessei oito bairros em metrô e ônibus em um calor abafado. Tudo para comprar um macaco de pelúcia com membros retráteis para a minha sobrinha e afilhada (Amanhã, sábado, estarei 8h arrumando a festa de um ano dela. Não basta ser padrinho, tem que participar).

- Consegui a proeza de, a pé, atropelar um cara de bicicleta, entregador de alguma coisa, em pleno Saara. Nós dois estávamos errados: eu atravessando com o sinal aberto; ele vindo na contra-mão. De início, achei que ele tinha se ferrado mais. Porém, o cara estava inteiro, só estatelado no chão. O mesmo não posso dizer do meu pé: uma unha já encravada tornou-se ainda mais encravada. Enfim, segue a vida.

- Fui no banco. Que estava em greve. Com manifestação do sindicato dos bancários na porta. Só queria tirar dinheiro. Poderia ter passado no caixa eletrônico vazio e com ar condicionado no Shopping da Gávea. Mas eu deixei para ir no Saara...

- Saindo do ônibus, na volta para casa, bato com a cabeça na porta.

- Já em casa, são e salvo, alguma porcentagem inteiro, me liga um amigo. Papo vem, papo vai. Ele é conhecido por ser seco ao telefone, dá tchau e desliga correndo. Na despedida, sai o ato falho (dele): "Um beijo". Merda.

Seria cômico se não fosse trágico. Mas eu achei cômico.

Ainda tem a outra metade do dia...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Rockstar Supernova

Eu odeio reality shows. E odeio mais ainda quando eu gosto deles. E odeio ainda mais quando passo a gostar depois de que ele acabou.

Rockstar Supernova é o programa que escolheu o vocalista para Supernova, banda formado por Gilby Clarke (ex-Guns), Jason Newsted (ex-Metallica) e Tommy Lee (ex-Pamela Anderson). Mesma coisa que rolou com o INXS uns anos atrás. Deve ter sido muito bacana acompanhar e torcer - dava para votar do Brasil; não era tipo outros enlatados americanos. Pena que já terminou e escolheram Lukas Rossi, um canadense pato rouco. Imagina, sei lá, o Eddie Vedder Emo. Triste.

O melhor candidado, na minha modesta opinião, era o Magni, um islandês careca que tinha a melhor voz, a melhor técnica, uma boa presença de palco. Enfim, um ótimo frontman.

Porém, como rock'n'roll não é só técnica e boa voz, nada se comparava ao vulcão Zayra Alvarez. Sim, fogueteira e nem canta tanto. Mas simplesmente não dá para resistir para uma porto-riquenha cantando Bowie com um colant dourado e cartola.

Zayra, meu coração é teu.

Câmara júnior

A Câmara Estadual do Rio está parecendo os Novos Titãs: todo mundo é a versão júnior de alguém maior. É Picciani filho, Bolsonaro filho e outros filhotes - filiação biológica ou não. Pelo menos, a filha do Roberto Jefferson não se elegeu.

O único que não é o filho, mas o pai, é Zito. Mas ele já anunciou que só vai esquentar a cadeira até 2007, quando será prefeito de Caxias de novo (nem me atrevo a dizer que ele vai concorrer; ele será).

Enquanto isso, do outro lado da Dutra: Maluf, Clodovil, Frank Aguiar (o cãozinho dos teclados), Enéas e João Paulo Cunha. Ficarei de longe de SP por uns tempos.

domingo, 1 de outubro de 2006

O Comedor

Já disseram que, em novela do Manoel Carlos, as mulheres são loucas e os homens são uns bananas, menos o José Mayer, que como todo mundo. Dizem hoje. Houve uma época em que Meyer fazia vários tipos de papel. Foi até protagonista de minissérie política sobre o fim da Era Vargas. E, na minha memória afetiva, está presente com o Osnar de Tieta.

Mas Mayer virou o comedor. Faz que não é com ele, mas adora a alcunha. E muitas Lolitas o querem para professor Humbert. Colocaram-no para encarar Suzana Vieira em Senhora do Destino e não deu certo (encarar Suzana Vieira não dá cermo mesmo). De quem é a culpa dele ter se tornado comedor?

Nada de Mel Lisboa. Os culpados são Casseta & Planeta. Mayer é uma sátira que virou verdade. Não era uma mentira, mas foi repetida tanas vezes que virou verdade absoluta. E agora o cara fica engessado no papel - que ele encarna bem. Ok, há papéis piores para ser engessado.

PS: Comedor que é comedor é sinistro até na Rússia.

PPS: Esse post é baseado numa idéia de Zorro.

Vira-vira

Virei referência: é mole? Em uma belo diálogo com gente muita boa lá no MdM.

Virei personagem: como se não fosse suficiente, o Leo desenhou uma conversa nossa. As únicas inverdades são que eu gosto do cara de Cabo Verde e a barriga do Thales. É maior.