sábado, 30 de dezembro de 2006
2007
Dessa vez não tem balanço, não tem texto legal e não tem cereja de bolo. 2006 é um ano que termina amargo. Ontem eu entrevistei um repórter da Band que, certa vez, estava próximo à uma favela. Um cara chegou e disse, como quem não quer nada: "você vai virar Tim Lopes". Não dá pra desejar feliz ano novo quando seu último trabalho envolveu esse tipo de situação. E essa é a história "publicável" do que ouvi ontem. Eu não vou ver essa cidade transitável como deveria ser. O 'choque de gestão', para usar expressão da moda, tem que durar uns 30 anos para ter efeito.
Enfim, anos ímpares costumam ter mais avanços na minha vida que anos pares. E anos terminados em 8 costumam ser interessantes. Quem sabe não estamos entrando em um bom triênio?
Merde. Isso acabou virando um balanço. E, de certa forma, positivo.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
O texto do Karim Aïnouz
Aïnouz deu uma bela resumida da cidade. Mas uma comprovação da tese de que quem faz bom cinema também entende de letras.
Aqui para quem entende a versão online d'O Globo, na página 18. Mas eu recomento o papel.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
As rosas não falam
Esta é a despedida da Rosinha. Não que ela seja a total responsável, mas é a atual responsável, junto com o alcaide. Chega. Não sei nem o que escrever.
Como deixamos acontecer isso com essa cidade?
[Atualização] Eu não sei o que escrever, mas o JXL já fez. Junto à sua bem sacada contagem regressiva.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
sábado, 23 de dezembro de 2006
As músicas do Mitchell
Taí outras canjas:
O Homem da Gravata Florida, de Jorge Ben - já citada neste blog.
Grilos, de Roberto e Eramos
Mistério dos Planetas, dos Novos Baianos
Um papo de Natal com Fernando Ferreira
- (Silêncio de 2 segundos) Tsc. O Polanski não tem capacidade de fazer Oliver Twist.
- Mas você não gosta do Polanski?
- Gosto sim. Gosto de muita coisa. E respeito as outras. Já entrevistei o puto.
- Sério!? Quando?
- Quando ele veio lançar o Chinatown. Foi uma entrevista que começou complicadíssima, mas acabei me safando.
- Como assim?
- Começou compliada um mês antes, quando eu tive que assinar um termo de compromisso que não perguntaria nada sobre a Sharon Tate. E o puto, após a morte dela, entrou em uma fase meio viadal: estava com uma roupinha ridícula, uma calça justíssima. Aquela figura bizarra, um homem baixinho com o cabeção enorme...
- Hum.
- Cheguei na suíte do Copacabana Palace acompanhado de uma amiga. Ele apontou e disse: "Com esta mulher, eu não dou a entrevista!". Pedi delicadamente para ela se sentar em um canto e fomos para a varanda. Eu tenso. Mas o uísque que a Paramount ofereceu aliviou a tensão. O Polanski estava na defensiva, mas fui ganhando o cara aos pouco. Primeiro porque falei dos filmes poloneses dele - ele não podia imaginar que eu tinha participado da Cinemateca do MAM - e depois contei que tinha sido um dos únicos a já ter visto o Chinatown.
- Como?
- Pedi uma cabine exclusiva.
- Tá.
- Aí o papo foi fluindo. Inclusive, com um momento em que tive que seguir a risca meus limites profissionais. Perguntei se colocar o John Huston no filme era uma forma de homenagear o cinema noir. E não é que o puto me responde que o cinema noir é francês, e não americano, e que o Huston tava lá só porque era bom ator. E emendou que O Falcão Maltês nem é lá essas coisas. Porra, O Falcão Maltês, porra! O Falcão Maltês!
- Ha.
- Mas, lá pelo quarto copo, ele decidiu inverter o jogo. Me perguntou qual era o meu filme preferido dos deles. Respondi A Dança dos Vampiros. "Impossível! Você não viu o meu filme! They butched my movie". Perguntei qual era o filme dele. "A versão de três horas". "Pois foi exatamente essa a que eu vi". O Brasil tinha sido um dos únicos que tinha visto a versão de três horas. E então, ele quase me derrubou da cadeira: "Aquele filme foi de uma época maravilhosa, porque foi quando eu e Sharon estávamos na nossa melhor fase". E ele descambou de falar da Sharon. Copiei tudo, e coloquei na matéria, com o fino toque final: "Mais do que isso, o repórter não pôde perguntar, por ter se comprometido".
- Boa!
- E o melhor veio no final. Fomos nos despedir e, na porta do elevador, ele pergunta: "Mas eu ainda não sei o que você achou do meu filme, o Chinatown?"
- E o que você respondeu.
- "Almost as good as The Maltese Falcon". O puto deu uma gargalhada estrondosa. "I diserved that", e ficou me mandando cartão de Natal por anos.
O que virá com o jornalismo colaborativo?
O que virá com o jornalismo colaborativo?
Itacuruba, cidade distante 500 quilômetros de Recife, tem menos de 4 mil habitantes, e, em uma primeira olhada, pode não ter nada de diferente de outras da região. Mas Itacuruba guarda uma peculiaridade mórbida: é a cidade com o maior índice de suicídios do país, com 125 mortos para cada 100 mil pessoas, proporcionalmente. Uma tremenda pauta, e certamente grandes veículos já estão correndo atrás. Mas começam “furados”: quem trouxe a informação foi o wikirepórter Raimundo de Moraes, do Brasil Wiki. No site, qualquer pessoa pode enviar notícias que, depois de avaliadas por um jornalista, são publicadas.
O caso é mais um exemplo de uma tendência que, se não é nova, foi consagrada em 2006: o conteúdo participativo, ou colaborativo. Novas ferramentas permitem que mais pessoas possam produzir o que é lido, assistido ou ouvido na internet. A revista Time deu tanta relevância ao assunto que o escolheu a criação coletiva na web como o tema mais importante do ano. E, em jornalismo, o conteúdo colaborativo é observado de perto, tanto com empolgação como apreensão.
O termo “wiki” é uma abreviação da frase “What I know is…”, que pode ser traduzida como “O que eu sei é…”. Popularizou-se com a Wikipedia, enciclopédia online em que qualquer pessoa pode escrever ou editar verbetes. Criada em 2001, a Wikipedia possui, em português, mais de 200 mil verbetes. Em inglês, já passa do 1,5 milhão.
Os textos da Wikipedia entram no ar e só depois são avaliados. No Brasil Wiki, uma equipe de quatro jornalistas checa o material antes de ser publicado. Lançado há menos de um mês, o site já conta com 268 pessoas cadastradas como colaboradores. “Fizemos uma divulgação pequena, mas as colaborações começaram a surgir quase que de forma viral”, conta Eduardo Mattos, um dos idealizadores do Brasil Wiki.
Há mais tempo na web, o Overmundo, lançado em 2005, tem a proposta de ser um centro de convergência de culturas de todo o país. Além de textos e imagens, o site recebe colaborações em imagens e sons. “Nenhuma equipe de jornalistas, não importa seu tamanho ou competência, consegue cobrir ou filtrar a quantidade cada vez maior de coisas importantes que acontecem pelo país. Por outro lado, vitoriosos projetos online sugerem um outro caminho para lidar com esse enorme acúmulo de informação cultural, com cada vez maior descentralização”, informa o texto de apresentação do portal.
Valores revistos
Quem ler o texto sobre Itacuruba escrito por Moraes para o Brasil Wiki percebe digressões sobre a visão do suicídio na filosofia e sobre a poetisa Silvia Plath. Outros artigos trazem impressões bem pessoais sobre os temas tratados.
“Em jornalismo colaborativo, alguns valores do jornalismo tradicional são revistos. Imparcialidade, por exemplo, cai por terra. O importante é que fique claro que os cidadãos-repórteres são a melhor pessoa para contar aquela história”, explica a jornalista Ana Maria Brambilla, autora da tese de mestrado “Jornalismo Open Source: discussão e experimentação do OhMyNews International”, na UFRGS.
O site coreano OhMyNews, lançado em 2000, é tido como pioneiro em jornalismo colaborativo na internet, e serviu como modelo para o Brasil Wiki. Sua versão em inglês foi criada em 2004. “Já existe uma em japonês, e há o projeto para a versão espanhola”, informa Ana Maria. A jornalista acabou não respeitando muito o “distanciamento crítico” com o objeto de estudo: tornou-se correspondente do OhMyNews no Brasil. Atualmente, cerca de 35 mil pessoas já colaboraram com o veículo.
O designer paulista Fernando Mafra colabora com o Overmundo desde outubro. Começou enviando textos sobre a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e hoje publica críticas de filmes e crônicas sobre seu cotidiano e cultura contemporânea. Para ele, os textos do site são jornalísticos.
“Considero definitivamente. Não como veículo de notícias, mas já vi no Overmundo textos extremamente elaborados e reportagens que me impressionaram na qualidade e na complexidade, inclusive ultrapassando a qualidade de periódicos consagrados”, explica.
Toda essa geração de conteúdo jornalístico ainda causa resistência. Ana Maria tenta tranqüilizar os defensores do jornalismo “tradicional”. “Vai continuar tendo espaço para todo mundo. É fundamental que os repórteres-cidadãos tenham sua vida cotidiana, para contar suas histórias. O trabalho dos jornalistas entra na edição, onde são necessários valores e práticas adquiridos na carreira”, detalha.
Mattos, do Brasil Wiki, faz coro: “Nosso propósito não é competir com as mídias tradicionais. Temos outro foco. Queremos que as pessoas contem as suas histórias que não têm espaço nos jornais”.
No papel
A maior parte do que já foi feito no País em jornalismo colaborativo está na web, mas iniciativas já aparecem em veículos impressos. Alguns jornais abriram espaços, mas um dos que mergulharam de cabeça foi o Jornal de Londrina, do Paraná. Aproveitando uma reforma na proposta da publicação, em maio, foram criadas formas para o leitor comentar as notícias e enviar fotos, entre outras possibilidades.
“A seção ‘Eu Acho’ é do leitor. Ele comenta, por e-mail, qualquer notícia publicada no jornal. Os comentários são editados e publicados. Já tivemos debates que se estenderam por uma semana. E outras vezes que uma opinião ali expressada virou pauta”, conta Carla Nascimento, chefe de redação do Jornal de Londrina. “Certa vez, ficamos sabendo de um incêndio. Enquanto ainda preparávamos a equipe para sair, já chegavam fotos dos leitores, que também foram publicadas”, completa.
Após as mudanças, o Jornal de Londrina passou a ser distribuído, e não mais vendido. “Essa busca por interatividade é uma tendência internacional. Estamos tentando concorrer com a internet. E a nossa resposta tem sido muito boa. Houve aumento no número de leitores”, informa Carla.
O projeto mais representativo do jornalismo colaborativo em veículos impressos é a revista Sou + Eu, lançada pela Editora Abril há um mês. O conteúdo da revista, que é voltada para público feminino classe C, é integralmente gerado por seus leitores, que são pagos pela contribuição em até R$ 300. A Abril não economizou com a publicação: foram gastos R$ 13 milhões em publicidade, são prêmios semanais para os leitores de até R$ 1 mil e a tiragem inicial será de 850 mil exemplares, que será utilizada para dimensionar o mercado.
Ana Maria Bramilla atua também como colaboradora no gerenciamento de conteúdo colaborativo da Sou + Eu, e conta que, até agora, os editores não tiveram problemas com falta de colaboradores. “Tem chegado muita coisa, e muita coisa por carta”, diz. Com o pouco tempo de circulação, Ana Maria afirma que a exposição nas bancas tem aumentado.
Para um futuro próximo, a Sou + Eu pretende estreitar os leitores da revista com o seu site. “Muitas pessoas ligam para cá com dúvidas. É um público que não está tão acostumado a usar a internet. Mas a idéia é criar uma comunidade com a Sou + Eu, em que os colaboradores e leitores possam dialogar”, diz Ana Maria.
Futuro
“Tudo está muito badalado, mas ainda não vi nenhum case de sucesso de jornalismo colaborativo no País”. Quem pisa no freio é Bruno Rodrigues, da coluna Conteúdo n@ Rede do Comunique-se, focada em conteúdo online. De fato, o Brasil Wiki é mantido pelo investimento pessoal dos seus dois idealizadores. O Overmundo é patrocinado pelo programa Petrobras Cultural e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
“E ainda existe um certo desconforto entre o jornalismo mais tradicional e os cidadãos-jornalistas”, continua Rodrigues. “Enquanto ficar este incômodo, não sei se o jornalismo colaborativo crescerá”, completa. O texto da Time que justificou a escolha do conteúdo colaborativo como tema do ano também faz a ressalva que o experimento pode dar errado.
Por outro lado, Rodrigues vê surgir a figura do “super-jornalista”: especialistas em diversas áreas que aliam experiência e técnicas. “Isto já ocorre com os blogs de especialistas”, exemplifica.
Ana Maria Bramilla acha que o conteúdo colaborativo vai se espalhar por diversas áreas do jornalismo. “Só acho bem difícil que apareça no jornalismo investigativo, justamente por demandar práticas específicas, além do custo, estrutura e tempo de dedicação. Mas nada impede que tenhamos cientistas focando na área científica ou economistas escrevendo sobre economia”, explica.
E onde o jornalismo colaborativo vai parar? “Não vai parar”, responde Ana Maria. “Ele veio para mudar paradigmas e ficar”.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Placebo
Só tem uma coisa pior do que ler algo escrito assim sobre uma banda que você gosta. É reconhecer que há uma boa dose de razão na frase.
iá!
- O Inter me deu o prazer de gritar "Barcelona timinho!" da janela ontem de manhã;
- Prefiro o Ruy que o Belleti;
- o desenho é do Mario Alberto, "meio Frank Miller, meio Gustavo Duarte", nas palavras do próprio.
sábado, 16 de dezembro de 2006
Piada Mortal
E o JB, que já tinha acertado na segunda com o Pinochet - Já vai tarde - mandou bem de novo.
Friendly Dictators
Texto de dois jornalistas americanos e arte do preferido da casa Bill Sienkiewicz.
Ainda tem quem tente justificar Pinochet com o crescimento econômico do Chile atual. Mas o país teve crescimento médio de 2,7% do PIB no período pinochevista e 5% em média na democracia. A raiz está na década de 1970. Mas foi sustentada pelos governos civis do Chile, que investiram em educação. Investiram tanto financeiramente como na mentalidade pela educação do povo chileno. E não há reforma que valha liberdade civil tolidas e milhares de mortos.
"Democracia é a pior forma de governo. Tirando todas as outras" - Winston Churchill
PS: Pinochet, Caixa D'Água e, se tudo for como planejado, Fidel Castro. 2006 termina bem.
sábado, 9 de dezembro de 2006
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Comentários sobre o jornal de hoje
"O pior dia da História da aviação no Brasil" - Incrível como nada criado por brasileiro dá certo.
domingo, 3 de dezembro de 2006
Toureiros e pingüins
Pingüins têm mandado no cinema. Primeiro com A Marcha do Imperador - o título e esse e não me importa como tenham traduzido -, o documentário que mais lucrou este ano. O que acho dele? Não sei. Não vou pagar para ver algo que já não vejo normalmente no Discovery Channel. Posso queimar - ou gelar, para usar um trocadalho escrilto - a língua depois, mas esta é a minha posição até agora.
E segundo com Happy Feet, indo bem por aqui e imperando na gringa. Minha posição? Não sei e tem várias outras coisas mais interessantes no cinema para ver antes.
Já toureiros tem circulado na música, no sentido mais, urgh, fashion do termo moda. Começou com Mr. Brandon Flowers nas fotos de divulgação do segundo disco dos Killers, Sam's Town, sobre o lado melancólico de Las Vegas (e que foi tema de bela crônica na primeira edição da Rolling Stone brasileira). E espalhou-se pelo mundo emo de Panic! at the Disco, via o clipe de I write sins not tragedy e My Chemical Romance, via clipe de The Black Parade. (Para o bem de todos e felicidade geral da nação, vamos fingir que o Killers não tem um pezinho emo só porque a banda é interessante).
Freddie Mercury deve estar achando graça de tudo isso.
sábado, 2 de dezembro de 2006
Seu Sassá
Eu: "Seu Sassá, como você aprendeu a falar inglês tão bem?"
Seu Sassá: "Eu morei nos Estados Unidos por muitos anos".
Eu: "Você foi para lá fazer o quê?"
Seu Sassá: "Jogar futebol no Cosmos, com o Pelé".
Meu queixo tá no chão até agora.
PS: Seu Sassá é muito amigo de Zach Snider, para quem trabalhou por aqui. Snider é o diretor de Madrugada dos Mortos e 300, este com o Rodrigo Santoro. "Ele disse que ia me chamar para ser dublê do Sean Connery". Achei levemente parecido.
PPS: Conheci Seu Sassá acompanhando a equipe da CNN no Rio. O resultado está lá no Comunique-se.
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
O Ódio, parte III
Só eu estou vendo um puta roteiro cinematográfico aí?
Vive l'égalité.
PS: A Parte II de O Ódio aconteceu ano passado, nos banlieues.
domingo, 26 de novembro de 2006
Quem disse que torcedor só ajuda da arquibancada?
- Ih, o Roger, do Fluminense.
- Mas o Roger não joga mais no Fluminense. Foi pro Corinthians. O que ele está fazendo aqui?
- Putz, o Corinthians joga amanhã com o Botafogo. Respondido.
- Peraí: vou atropelar o Roger, e então ele não joga!
Só que, logo após, me ocorreu que ter o Roger em campo pode ser melhor pro Botafogo.
PS: É a segunda vez em um mês que encontro o Roger. Se ainda fosse a Galisteu...l
PPS: Sou reincidente.
sábado, 25 de novembro de 2006
Noite Branca no Rio
Noite Branca é uma iniciativa em que a própria prefeitura da cidade te incentiva a varar a noite na rua. A de Paris é giga, com DJs no Centre Pompidou e música de camerata na Notre Dame.
No Rio, o desafio é ainda maior por motivos de caos. Mas vai aí a minha força na divulgação - que tá bem fraquinha. Programação completa aqui. Concentraram tudo no Centro.
Ah, e parece que o Amarelinho vai varar a noite...
[Atualização]: Eu furei.
Haka dos All Blacks
Então, veio a resposta.
Os All Blacks, como os neozelandeses são conhecidos, se reuniram no centro do campo e fizeram seu Haka, uma dança de guerra aborigene, um chamado para a batalha. Já tinha ouvido falar disto, mas nunca visto. O estádio inteiro em silêncio. Os gritos maoris deviam ecoar até nos vestiários.
Os All Blacks engoliram os franceses facilmente com um 23-11.
Quem sabe se o Ronaldo fizesse uma dança xavante, 1998 teria sido diferente.
PS: o vídeo não é do jogo em questão.
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
domingo, 19 de novembro de 2006
Pecep
é Projeto de Educação Comunitária da Escola Parque, uma idéia que surgiu quando eu ainda estava no colégio: colocar os alunos para dar aulas pré-vestibulares para moradores das favelas do entorno - e de mais onde se dispusessem - da escola.
E lá se vão cinco anos e 86 aprovações, como mostra o videozinho comemorativo. Idéias como o Pecep são gotas no oceano da desigualdade brasileira. Mas uma gota que já mudou a vida de, pelo menos, 86 pessoas.
Muito do que é o Pecep acontece graças ao Tiago, o sujeito barbudo que aparece várias vezes nas imagens. É bom admirar as pessoas. E melhor ainda quando o admirado é um amigo seu.
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Linhas
- De que linha você acha que vieram as mulheres dessa festa?
- Linha? Como assim linha? Acho que é uma mistura e...
- Não! Linha Amarela ou Linha Vermelha?
Ai...
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
E a graça?
O DP tá pior que futebol master.
domingo, 12 de novembro de 2006
Parafraseando
Um dia esse blog volta ser uma atualização decente.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Batman foi ensaio
É bem mais do que isso. Achei o filme mais sofisticado que Nolan já fez. Parece que Batman Begins foi só para ganhar cacife e poder bancar isso aqui. O filme é produção de época, o que sempre encarece muito. Mas garante Scarlett Johansson de espartilho.
O Grande Truque é o tema do filme: a rivalidade entre dois ilusionistas criados juntos na Londres vitoriana. Antagonismo bom reflete-se em tudo, e traz várias interpretações. Joseph Conrad e seus Duelistas estão orgulhosos. O Grande Truque é a estrutura do filme, em várias camadas, idas e vindas, leituras para cá e para lá, enganando o espectador. Nada daquele malabarismo chinfrim de Memento. Mágica de verdade. O Grande Truque é escalar uma boa nova atriz inglesa de dentes tortos e amarelados, Rebecca Hall. Colocar um dos bibelôs preferidos deste blog, Piper Perabo, em um filme decente. E botar David Bowie de volta no cinema, em uma ótima aparição como o misterioso e real Nikola Tesla.
Mas o maior truque de todos é se deixar enganar pelo cinema. A maior tapeação consentida da história da humanidade. Bela homenagem, Nolan.
PS: Ah, nerds, sim: Batman versus Wolverine. E, como sempre, Batman vence.
PPS: Georges Méliès era ilusionista.
sábado, 4 de novembro de 2006
Livre navegação
quinta-feira, 2 de novembro de 2006
No sleep 'til Rio!
Os B-Boys ganham pela improbabilidade. O velho papo dos três judeus brancos do Brooklyn que fundamentaram o hip hop na virada dos 80 pros 90 com Paul's Boutique, disco que simplesmente não poderia existir hoje devido ao custo dos direitos dos samplers (e isso já deu o maior xabu). E foi muito bom ver aqueles três senhores de terno fazendo o que fizeram de melhor nos últimos 20 anos. MCA, com um óculos de aro grosso no início do show, parecia então que ia apresentar o Fantástico.
Os caras tem até formação tática: os dois esgarniçados, Mike D e Ad Rock, pegam os flancos esquerdo e direito, se revezando. O primeiro é o mais performático; o segundo é o gente boa que fala com o público entre as músicas. MCA e sua voz seca ficam mais no meio do palco, de vez enquando sendo chamados de volta ao espetáculo -- MCA/ where have you been?. E o grande DJ Master Mike preenche todos os espaços que sobram.
O repertório foi irrepreensível, incluindo todos os hits e passando por músicas mais desconhecidas. Abriram com Root Down, mas o negócio explodiu mesmo em Sure Shoot. A molecada foi agradada com Body Movin', Ch-ch-check it out e Intergalatic, a escolhida para a volta depos do bis. A velharada - que virou moleque - foi de Brass Money (a preferida da filha do MCA), So What'cha Want, Time to get ill, e No Sleep til Brooklyn. Costuradas no meio, coisas improváveis como Flute Loop. E todo mundo ficou maluco mesmo quando, já com os instrumentos, veio Sabotage. Se você só pode abrir um vídeo, recomendo este.
Por mais que sejam ainda algo de mais avant-garde que tem por aí, sinto um ar meio melâncólico nos Beasties Boys - principalmente em MCA. Ok, era um show no Rio, o que costuma agradar muito por público e cenário, e o disco novo tá no forno. Mas parece que a fonte tá secando, e algumas coisas não têm mais a ver com os caras - Fight for your right (to party) é algo que não cabe mais no show.
Honestidade e seriedade foi algo sempre presente para estes três caras. Seja o que vier, eles já cumpriram sua missão. Thanks, bros!
PS: Muitas palmas para o DJ Shadow.
PPS: Talvez eu tenha esquecido de mencionar que a foto lá de cima, de Maya Hayuk, ilustra um Páginas Negras maravilhosa da Trip.
O conto das seis palavras
Failed SAT. Lost scholarship. Invented rocket.
- William Shatner
Computer, did we bring batteries? Computer?
- Eileen Gunn
Vacuum collision. Orbits diverge. Farewell, love.
- David Brin
Gown removed carelessly. Head, less so.
- Joss Whedon
Automobile warranty expires. So does engine.
- Stan Lee
Machine. Unexpectedly, I’d invented a time
- Alan Moore
Longed for him. Got him. Shit.
- Margaret Atwood
His penis snapped off; he’s pregnant!
- Rudy Rucker
From torched skyscrapers, men grew wings.
- Gregory Maguire
Internet “wakes up?” Ridicu -
no carrier.
- Charles Stross
With bloody hands, I say good-bye.
- Frank Miller
Wasted day. Wasted life. Dessert, please.
- Steven Meretzky
“Cellar?” “Gate to, uh … hell, actually.”
- Ronald D. Moore
Epitaph: Foolish humans, never escaped Earth.
- Vernor Vinge
It cost too much, staying human.
- Bruce Sterling
We kissed. She melted. Mop please!
- James Patrick Kelly
It’s behind you! Hurry before it
- Rockne S. O’Bannon
I’m your future, child. Don’t cry.
- Stephen Baxter
1940: Young Hitler! Such a cantor!
- Michael Moorcock
Lie detector eyeglasses perfected: Civilization collapses.
- Richard Powers
I’m dead. I’ve missed you. Kiss … ?
- Neil Gaiman
The baby’s blood type? Human, mostly.
- Orson Scott Card
Kirby had never eaten toes before.
- Kevin Smith
Rained, rained, rained, and never stopped.
- Howard Waldrop
To save humankind he died again.
- Ben Bova
We went solar; sun went nova.
- Ken MacLeod
Husband, transgenic mistress; wife: “You cow!”
- Paul Di Filippo
“I couldn’t believe she’d shoot me.”
- Howard Chaykin
Don’t marry her. Buy a house.
- Stephen R. Donaldson
Broken heart, 45, WLTM disabled man.
- Mark Millar
TIME MACHINE REACHES FUTURE!!! … nobody there …
- Harry Harrison
Tick tock tick tock tick tick.
- Neal Stephenson
Easy. Just touch the match to
- Ursula K. Le Guin
New genes demand expression -- third eye.
- Greg Bear
K.I.A. Baghdad, Aged 18 - Closed Casket
- Richard K. Morgan
WORLD'S END. Sic transit gloria Monday.
- Gregory Benford
Epitaph: He shouldn't have fed it.
- Brian Herbert
Batman Sues Batsignal: Demands Trademark Royalties.
- Cory Doctorow
Heaven falls. Details at eleven.
- Robert Jordan
Bush told the truth. Hell froze.
- William Gibson
whorl. Help! I'm caught in a time
- Darren Aronofsky and Ari Handel
Nevertheless, he tried a third time.
- James P. Blaylock
God to Earth: “Cry more, noobs!”
- Marc Laidlaw
Help! Trapped in a text adventure!
- Marc Laidlaw
Thought I was right. I wasn't.
- Graeme Gibson
Lost, then found. Too bad.
- Graeme Gibson
Three to Iraq. One came back.
- Graeme Gibson
Rapture postponed. Ark demanded! Which one?
- David Brin
Dinosaurs return. Want their oil back.
- David Brin
Bang postponed. Not Big enough. Reboot.
- David Brin
Temporal recursion. I'm dad and mom?
- David Brin
Time Avenger's mistaken! It wasn't me...
- David Brin
Democracy postponed. Whence franchise? Ask Diebold...
- David Brin
Cyborg seeks egg donor, object ___.
- David Brin
Deadline postponed. Five words enough...?
- David Brin
Metrosexuals notwithstanding, quiche still lacks something.
- David Brin
Brevity’s virtue? Wired saves adspace. Subscribe!
- David Brin
Death postponed. Metastasized cells got organized.
- David Brin
Microsoft gave us Word. Fiat lux?
- David Brin
Mind of its own. Damn lawnmower.
- David Brin
Singularity postponed. Datum missing. Query Godoogle?
- David Brin
Please, this is everything, I swear.
- Orson Scott Card
I saw, darling, but do lie.
- Orson Scott Card
Osama’s time machine: President Gore concerned.
- Charles Stross
Sum of all fears: AND patented.
- Charles Stross
Ships fire; princess weeps, between stars.
- Charles Stross
Mozilla devastates Redmond, Google’s nuke implicated.
- Charles Stross
Will this do (lazy writer asked)?
- Ken MacLeod
Cryonics: Disney thawed. Mickey gnawed. Omigawd.
- Eileen Gunn
WIRED stimulates the planet: Utopia blossoms!
- Paul Di Filippo
Clones demand rights: second Emancipation Proclamation.
- Paul Di Filippo
MUD avatars rebel: virtual Independence Day.
- Paul Di Filippo
We crossed the border; they killed us.
- Howard Waldrop
H-bombs dropped; we all died.
- Howard Waldrop
Your house is mine: soft revolution.
- Howard Waldrop
Warskiing; log; prop in face.
- Howard Waldrop
The Axis in WWII: haiku! Gesundheit.
- Howard Waldrop
Salinger story: three koans in fountain.
- Howard Waldrop
Finally, he had no more words.
- Gregory Maguire
There were only six words left.
- Gregory Maguire
In the beginning was the word.
- Gregory Maguire
Commas, see, add, like, nada, okay?
- Gregory Maguire
Weeping, Bush misheard Cheney’s deathbed advice.
- Gregory Maguire
Corpse parts missing. Doctor buys yacht.
- Margaret Atwood
Starlet sex scandal. Giant squid involved.
- Margaret Atwood
He read his obituary with confusion.
- Steven Meretzky
Time traveler's thought: "What's the password?"
- Steven Meretzky
I win lottery. Sun goes nova.
- Steven Meretzky
Steve ignores editor's word limit and
- Steven Meretzky
Léia: "Baby's yours." Luke: "Bad news…"
- Steven Meretzky
Parallel universe. Bush, destitute, joins army.
- Steven Meretzky
Dorothy: "Fuck it, I'll stay here."
- Steven Meretzky
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
Daft Punk - Adendo
PS: Eu juro que quando me recuperar escrevo sobre os Beastie Boys.
PPS: Por inferno Sérgio Cabral, Lula e Alckmin.
domingo, 29 de outubro de 2006
Sete toneladas
Há pouco menos de um ano, quando o Pearl Jam tocou aqui, o palco quase não tinha efeitos. Nem um pano com o nome da banda no fundo. Achei supercoerente com os caras.
Agora o Daft Punk faz isso. E também achei supercoerente com os caras. A expressão artísticas deles vai extrapola música - tanto que já fizeram filme e longa de animação. Os efeitos e as pirotecnias não são complementos; eles fazem parte do show dos jaspions franceses. É tudo pensado para te seduzir do alto daquela piramide.
[Eles ficam o show inteiro no topo de uma pirâmide, maquinando. De onde você menos espera, surgem luzes com grande variação de cores, como nas astes triangulares na lateral do palco ou no corpo da pirâmide. O fundo do palco vira um enorme telão falsamente reticulado. E a pirâmide vira um telão de alta definição. E o começo de tudo é com as cinco notas da música de Contatos Imediatos de Terceiro Grau (tenho quase certeza que no filme eram só quatro)].
A apresentação foi curta - cerca de 1h20 -, o que aborrece ainda mais levando em conta o preço e o fato deles serem a atração única (seria impossível compartilhar aquele palco com mais alguém). Mas bem porrada, com altos samplers de guitarra e zumbido no ouvido no fim da noite. E foi a prova que música pode ir bem além da própria música.
Agora dá licença que eu vou ver Interstella 5555.
Vídeo Bônus:
Assisti umas sete vezes seguidas. Essa aí mora no meu coração para sempre.
Stallone Batman
Mas nunca tinha reparado na frase da fossa. Ela segue o mesmo padrão do axioma clássico de Stallone Cobra: "Você é a doença. E eu sou a cura".
As duas obras são de 1986. E aí: quem copiou quem?
sábado, 28 de outubro de 2006
Emo
Mas Patti Smith deve ficar constrangida de, entre todas as coisas que o punk rock gerou, estar o Emo. Tremendo infortúnio. Mas, se há algo pior do que o som, é o visual. Em cinco anos, olharemos para isso da mesma maneira que oolhamos para poodle metal dos anos 1980. E ainda transgrediu para outras áreas.
O que foi o cabelo do Almir, ex-Botafogo, hoje no jogo contra a Ponte. Jogador de futebol só ventila coisa errada.
www
Toda essa história ganhou um propósito hoje de manhã. Graças à internet, assisti novamente o show do Alice in Chains no Hollywood Rock 93. A última vez que tinha assistido foi ao vivo, sentado na poltrona de casa, aos 10 anos de idade, com o meu pai reclamando daqueles cabeludos, "esses caras não costumam criar boas situações". Foi uma empatia imediata - provavelmente potencializada por meu pai estar falando mal. Não me engajei na banda imediatamente, até porque meu inglês não existia, mas aquele momento me marcou. Lembro-me muito bem. O Alice in Chains sempre será uma das minhas bandas favoritas.
Mas nem lembro tão bem assim. Tinha clara na minha cabeça a imagem da banda tocando Angry Chair. Só que Angry Chair só estava no mundo das idéias naquele ano. Era a turnê do Facelift ainda. Tem cada peça que a nossa mente prega.
Mas era um momento perdido. Que a internet recuperou.
PS: cara, eles não tocaram Man in the Box! A não ser que a Globo tenha cortado para colocar o Maurício Kubrusly.
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
Heloïse Hélène
Nova sensação é força de expressão. Ségolène circula pelo PS francês desde a década de 1970. Já foi ministra do meio ambiente, vice-ministra da educação e vice-ministra da infância e da família, além de presidente da região de Poutou-Charentes, dando um bafão na candidada do ex-primeiro ministro Raffarin. Mantém, bem francesamente, uma união estável com o velho socialista François Hollande.
A principal plataforma de Ségolène para ganhar os franceses é algo bem conhecido dos gaúchos: orçamento participativo. Ela tirou a idéia de suas idas ao Fórum Social Mundial. Promete se focar principalmente em questões de educação, meio ambiente e direito de minorias. Não sei qual será a política com os imigrantes.
Há outra coisa sobre Ségolène: a foto acima não precisa de legenda. Ela é typiquement francesa, com elegância e nariz fino. Será um belo refresco após o picolé de chuchu original, Jacques Chirac.
quarta-feira, 25 de outubro de 2006
Retificando o Ultraje
Se Roger Moreira, com seu QI avantajado, tivesse escrito Vamos Virar Japonês hoje, trocaria a nacionalidade em questão por chinês.
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
RW, o outro
Putz, eu fui no show do Robbie Williams. E foi foda.
A produção de palco não deixa nada a dever ao RW do post abaixo. Lá fora, deve ser até maior - ele não trouxe tudo para a turnê latina. O show começa com a banda no palco. Fogos, telão de alta definição no fundo e clipes exclusivos para show. Muitas luzes. E o puto surge de uma cortina de fumaça no meio do público, correndo por uma passarela.
Robbie Williams é o Renato Gaúcho, se fosse inglês e boy bander: é eficiente no que faz, muito estrela e sem rodeios com as palavras. Não é um cantor genial, mas se garante. Suas letras são ácidas e irônicas. Mais ou menos como suas falas para o público. Disse que a América do Sul é o único lugar que ainda o confundem com Robin Williams. "He is a fucking American fag. I'm British. He was in fucking Mrs. Doubtfire while I was just a little boy in fucking Take That, for god's sakes!". Sorry, Serginho Grossman.
Falando em Take That, ele cantou Back for Good. Meio puto, é verdade. Deixava os refrões para o público. Fez o mesmo em Angels. Nada como um pop-star de saco cheio. Mas compensou em Let me Enterntain You, Rock DJ - logo a segunda - e Come Undone. E com um sensacional funk NY Afrika Banbaataa (mas nem tanto) Rude Box, com animações inspiradas em pinball.
RW colocou o público no bolso - já tinha feito algo parecido com muito mais gente, como mostra o DVD que voltimeia passa por aí. Só tinham umas 7 mil pessoas na Apoteose ontem - e os ingressos estavam quase sendo distribuídos para o público, dado o número de promoções por aí. Ele sacaneou isso, os espaços vazios. Aliás, sacaneou tudo, inclusive a mania brasileira de gritar após qualquer coisa que o artista fala. No final, mostrou a bunda. Acho que ninguém mostrava as partes íntimas em show de rock (friso o show de rock) na Apoteose desde Kurt Cobain.
PS: O último CD do cara teve consultoria visual e de conteúdo por Frank Quitely e Grant Morrison. Ganhou mais pontos.
domingo, 15 de outubro de 2006
Confortably Numb
Uma semana depois, resquícios do The Who no mesmo local.
A Sub Pop já não é a mesma
Primeiro, eu estranhei e pensei o que está no título.
Mas depois me resignei. A Sub Pop continua a mesma, dando chances ao novo e inusitado, posando de indie mas sendo o mais capitalista possível. E, vou confessar: Cansei de Ser Sexy me diverte.
Atentem a descrição do vídeo e do grupo.
Quem disse que o Botafogo não chega no topo?
PS.: Embate épico ontem no Maracanã. Botafogo e Santos nunca é um simples jogo.
Interpretação dos Sonhos
Ao final, digitava um número. Algo bem diferente do que tenho em mente para o dia 29.
Não gostei nada do desfecho. Ainda não sei se foi um pesadelo.
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
2 filhos de Vânia
Atualização: Os dois deveriam ficar muito orgulhosos por isso. Uma banda não acaba em seus integrantes, mas no legado que deixa para seus admiradores.
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Sin perder la ternura
Há tempos não ficava tão feliz com algo de minha autoria.
Quadrinhos e mulheres
Sexta passada, estava em uma despedida de uma amiga que vai se mudar para o Canadá quando ela mesma recomenda este blog para uma outra garota. "Mas ele escreve sobre o quê?". "Ah, ele fala de várias coisas, tipo quadrinhos e...". Eu mesmo interrompi: "Mas não é só quadrinhos; é blábláblá". Podemos concluir, então, que eu ainda sou um babaca preconceituoso comigo mesmo.
Mas todo leitor de HQ (que se relaciona) passa por isso. O momento da anunciação. A hora de mostrar o esqueleto no armário. Ou melhor, a sua pilha de gibis da Liga da Justiça.
As reações são varidas. Vão desde a indiferença até desconforto. Uma vez, uma menina que trabalha com filmes achou "um absurdo" eu colocar quadrinhos no mesmo patamar artístico que Cinema. É reflexo de um preconceito antigo, que escorre até para áreas acadêmicas.
Mas algo começou a mudar há pouco tempo, e a responsabilidade é da moça aí de cima. Não só dela; mais ainda do seu companheiro teioso (mas eu não ia perder a oportunidade de postar essa Mary Jane do Adam Hughes remetendo a John Romita) e seus filmes. Um outro reflexo que os sub-gênero "filme de super-herói" é que os quadrinhos ficaram menos malditos para as mulheres. Se ela pode ir ver Batman Begins com você e achar legal, porque você não pode ler Asilo Arkham e ser um cara bacana (isso, claro, se ela for razoável).
Resumo: quadrinhos passaram minha adolescência inteira sendo coisa de mané. Hoje, é fofinho. Tremenda vingança dos nerds.
Casal 20
É mais ou menos a mesma coisa com Steve Niles e Ben Templesmith. Dono de um estilo de ilustração que, ao mesmo tempo, parece caótico, mas com elementos facilmente identificáveis, o australiano Templesmith vagava pelas beiradas do mercado americano de quadrinhos, trabalhando em séries como Star Wars e Buffy, a Caça-Vampiros. Fã de detetives e filmes de horror, Niles era um roteirista amador e balconista profissional com passagens por companhias como Disney e o estúdio de Todd McFarlane. Até que, em 2002, os dois fizeram 30 Dias de Noite.
A história dos vampiros deu um novo fôlego às HQs de horror nos EUA. E um grande empurrão na carreira de ambos. A arte sombria de Templesmith fluía perfeitamente com as histórias tenebrosas de Niles. Só que a porção detetivesca do roteirista não estava sendo atendida. É aí que surgem Cal McDonald e Crimes Macabros.
Como explica Niles no posfácio da edição lançada pela Pixel Media, McDonald era um personagem que já o acompanhava há um tempo, sempre em contos policiais com um clima noir. Um dia, só para ver como ficava, Niles colocou um lobisomem na história. E McDonald passou a agradar todas suas facetas.
Foi o diferencial. McDonald segue bem na risca a cartilha dos detetives anti-heróis: bebe e fuma adoidado, tem um comportamento longe do exemplar, passa por cima de jurisdições e procedimentos, narra em off alguns trechos da trama, que se passa em Los Angeles. Até mesmo o desprezo com que encara os seres malditos não é muito novo, remetendo a um outro inspetor do sobrenatural dos quadrinhos. Diferente mesmo são as criaturas: os vampiros de Niles não são charmosos. Eles não são metáforas para nada. São somente monstros e são felizes assim.
E, nesse sentido, são muito favorecidos pela representação inumana feita por Templesmith: quando atacam, parecem tubarões, com os dentes projetados. Característica semelhante têm os lobisomens do artista. São rabiscos peludos, quase disformes. Todos favorecidos pela ambientação soturna; Templesmith praticamente só usa preto e variações de cinza e sépia. E verde para os zumbis.
Crimes Macabros mostra uma estranha aliança entre vampiros e lobisomens (seres que só se relacionam bem em desenhos do Scooby Doo) para cometer crimes atípicos. A trama vai até a Idade Média e culmina em uma luta de classes monstruosa. Não é muito inovador, mas entretém. De inusitado, a forma como Niles mostra os zumbis como coringas, se dividindo entre os lados da guerra. E todos inteligentes. Nada de “mioooolos”.
O álbum traz ainda uma boa história extra de McDonald em uma Las Vegas escura, além de biografia dos autores e uma introdução por Rob Zombie. Crimes Macabros tem chances de ser transformado em filme, com Thomas Jane (protagonista de Justiceiro, e velho chapa de Niles) encabeçando o elenco. Só espero que não transfiram a história de Los Angeles para Londres, como fizeram com o outro.
Crimes Macabros tem formato 17x26 cm, 180 páginas e preço sugerido de R$ 34,90. Alguns trechos da história podem ser lidos aqui.
Publicado no Sobrecarga em 11/10/06.
Isso aqui ainda é um blog de cultura pop. E esse texto é minha homenagem aos tricolores sobre dias melhores.
Ainda debate
Continuo achando que o Lula foi melhor. Nem ele acredita nisso, mas fiquei com essa impressão. Reconheço que o Alckmin deu uma apimentada, chamou um presidente de mentiroso em rede nacional pela primeira vez na história. Há de ter culhão. Mas ainda acho que o Lula conseguiu se desvencilhar bem dos ataques. Não respondeu, mas driblou. E ridicularizou Alckmin. Acho que a maioria dos telespectadores indecisos tiveram essa impressão. Na última pesquisa do Datafolha, Lula abriu uma diferença considerável.
Antes dos comentários passionais demais e analíticos de menos: não defendo Lula. Meu voto é nulo. Só acho que ele levou essa.
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
piauí é aqui
Mas só li mesmo o Ivan Lessa e sua volta ao Rio depois de 30 anos (na verdade, 28 anos, 6 meses e 7 dias).
"Eu: 'Casa da Feijoada', 'Delícia Tropical'. Tá certo. São nossos nomes, nossos nomes. Agora, que frescura é essa de 'Doncaster', 'Nero's Palace', 'Desir D'Argent'?
Taxista: O senhor é um nacionalista, não é?
Eu: Mais ou menos. Depende da nação."
Obs.: João Moreira Salles, que é esperto e intelectual, batizou sua editora de Alvinegra e termina todas as mátérias com a rubrica de uma bolinha preta com uma estrela branca e solitária no meio.
terça-feira, 10 de outubro de 2006
Oito?
domingo, 8 de outubro de 2006
1º round: Lula ganhou
Difícil entender por que ele faltou aos debates do primeiro turno. Lula falou fácil, amarrando Alckmin ao FHC, privataria e PCC. Usou gírias, falou na língua do povo. E sempre se defendeu dizendo que Alckmin só batia, sem apresentar propostas de governo. Lula também não apresentou, mas foi o primeiro a anunciar que o adversário não fazia. Provocou, e depois não fez o que disse que ia fazer. Um drible elástico, para usar uma metáfora futebolística.
E o Alckmin ainda citou o Bial em uma empresa concorrente, o que é deselegância. O chuchu, na verdade, é banana.
Ainda sobre ficar velho
Now testify
Enfim, exauridas as questões ideológicas, o debate (palavrinha, heim...) escorre para a atuação política. O Lula, além de ter sacaneado o meu voto de confiança, vai ter que montar governo com bancada evangélica e com um pedaço do PMDB, com sindicalistas e sem técnicos. Alckimin vai com a outra parte do PMDB - a pior possível - e mostrasse inábil e ingênuo. Além do mais, eu passei perto do comitê dele no Jardim de Alah ontem e, na boa, não dá para olhar aquele cara e pensá-lo como presidente. Tem coisas que são superficiais porém verdadeiras.
Toda essa história tá me lembrando isso aqui:
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
Manhã terribilis
- Atravessei oito bairros em metrô e ônibus em um calor abafado. Tudo para comprar um macaco de pelúcia com membros retráteis para a minha sobrinha e afilhada (Amanhã, sábado, estarei 8h arrumando a festa de um ano dela. Não basta ser padrinho, tem que participar).
- Consegui a proeza de, a pé, atropelar um cara de bicicleta, entregador de alguma coisa, em pleno Saara. Nós dois estávamos errados: eu atravessando com o sinal aberto; ele vindo na contra-mão. De início, achei que ele tinha se ferrado mais. Porém, o cara estava inteiro, só estatelado no chão. O mesmo não posso dizer do meu pé: uma unha já encravada tornou-se ainda mais encravada. Enfim, segue a vida.
- Fui no banco. Que estava em greve. Com manifestação do sindicato dos bancários na porta. Só queria tirar dinheiro. Poderia ter passado no caixa eletrônico vazio e com ar condicionado no Shopping da Gávea. Mas eu deixei para ir no Saara...
- Saindo do ônibus, na volta para casa, bato com a cabeça na porta.
- Já em casa, são e salvo, alguma porcentagem inteiro, me liga um amigo. Papo vem, papo vai. Ele é conhecido por ser seco ao telefone, dá tchau e desliga correndo. Na despedida, sai o ato falho (dele): "Um beijo". Merda.
Seria cômico se não fosse trágico. Mas eu achei cômico.
Ainda tem a outra metade do dia...
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Rockstar Supernova
Rockstar Supernova é o programa que escolheu o vocalista para Supernova, banda formado por Gilby Clarke (ex-Guns), Jason Newsted (ex-Metallica) e Tommy Lee (ex-Pamela Anderson). Mesma coisa que rolou com o INXS uns anos atrás. Deve ter sido muito bacana acompanhar e torcer - dava para votar do Brasil; não era tipo outros enlatados americanos. Pena que já terminou e escolheram Lukas Rossi, um canadense pato rouco. Imagina, sei lá, o Eddie Vedder Emo. Triste.
O melhor candidado, na minha modesta opinião, era o Magni, um islandês careca que tinha a melhor voz, a melhor técnica, uma boa presença de palco. Enfim, um ótimo frontman.
Porém, como rock'n'roll não é só técnica e boa voz, nada se comparava ao vulcão Zayra Alvarez. Sim, fogueteira e nem canta tanto. Mas simplesmente não dá para resistir para uma porto-riquenha cantando Bowie com um colant dourado e cartola.
Zayra, meu coração é teu.
Câmara júnior
O único que não é o filho, mas o pai, é Zito. Mas ele já anunciou que só vai esquentar a cadeira até 2007, quando será prefeito de Caxias de novo (nem me atrevo a dizer que ele vai concorrer; ele será).
Enquanto isso, do outro lado da Dutra: Maluf, Clodovil, Frank Aguiar (o cãozinho dos teclados), Enéas e João Paulo Cunha. Ficarei de longe de SP por uns tempos.
domingo, 1 de outubro de 2006
O Comedor
Mas Mayer virou o comedor. Faz que não é com ele, mas adora a alcunha. E muitas Lolitas o querem para professor Humbert. Colocaram-no para encarar Suzana Vieira em Senhora do Destino e não deu certo (encarar Suzana Vieira não dá cermo mesmo). De quem é a culpa dele ter se tornado comedor?
Nada de Mel Lisboa. Os culpados são Casseta & Planeta. Mayer é uma sátira que virou verdade. Não era uma mentira, mas foi repetida tanas vezes que virou verdade absoluta. E agora o cara fica engessado no papel - que ele encarna bem. Ok, há papéis piores para ser engessado.
PS: Comedor que é comedor é sinistro até na Rússia.
PPS: Esse post é baseado numa idéia de Zorro.
Vira-vira
Virei personagem: como se não fosse suficiente, o Leo desenhou uma conversa nossa. As únicas inverdades são que eu gosto do cara de Cabo Verde e a barriga do Thales. É maior.