Até um tempo atrás, eu tinha um certo mandamento: não falarás de quadrinhos com mulheres até o, vamos ver, décimo encontro. Podemos concluir que eu era um babaca preconceituoso comigo mesmo.
Sexta passada, estava em uma despedida de uma amiga que vai se mudar para o Canadá quando ela mesma recomenda este blog para uma outra garota. "Mas ele escreve sobre o quê?". "Ah, ele fala de várias coisas, tipo quadrinhos e...". Eu mesmo interrompi: "Mas não é só quadrinhos; é blábláblá". Podemos concluir, então, que eu ainda sou um babaca preconceituoso comigo mesmo.
Mas todo leitor de HQ (que se relaciona) passa por isso. O momento da anunciação. A hora de mostrar o esqueleto no armário. Ou melhor, a sua pilha de gibis da Liga da Justiça.
As reações são varidas. Vão desde a indiferença até desconforto. Uma vez, uma menina que trabalha com filmes achou "um absurdo" eu colocar quadrinhos no mesmo patamar artístico que Cinema. É reflexo de um preconceito antigo, que escorre até para áreas acadêmicas.
Mas algo começou a mudar há pouco tempo, e a responsabilidade é da moça aí de cima. Não só dela; mais ainda do seu companheiro teioso (mas eu não ia perder a oportunidade de postar essa Mary Jane do Adam Hughes remetendo a John Romita) e seus filmes. Um outro reflexo que os sub-gênero "filme de super-herói" é que os quadrinhos ficaram menos malditos para as mulheres. Se ela pode ir ver Batman Begins com você e achar legal, porque você não pode ler Asilo Arkham e ser um cara bacana (isso, claro, se ela for razoável).
Resumo: quadrinhos passaram minha adolescência inteira sendo coisa de mané. Hoje, é fofinho. Tremenda vingança dos nerds.
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
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