quarta-feira, 31 de maio de 2006

Bela foto

Pitty no Rock in Rio - Lisboa, em foto do UOL. P'ra compensar a cara feia do Axl Rose, alguns post atrás.

Bela capa

Projeto paralelo do homem e, segundo fontes seguras, já tá na net.

Ronda Paturna


Homenagem da Disney ao 400º aniversário do mestre Rembrandt. Talvez seja exposto junto à obra original, no Rijksmuseum.

Em Amsterdã, recomendo efusivamente a exposição permanente das gravuras na Casa de Rembrandt. Boa parte do que o ocidente sabe de luz e sombra saiu dali.

E adquiri a bela Pato Donald 70 Anos ontem, por dez merréis em um encalhe, com a primeira história do personagem mais ranzinza de Patópolis, por Al Tagliaferri, além de contos de Carl Barks e Keno Don Rosa e os Disneys spagettis.

Almanaque volta na sexta

Tá com um teaser no site, já com uma prévia do novo visual: www.almanaquevirtual.com.br.

Saí do site por falta de tempos. Mas espero muito que ele cresça.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Adriano e Edmílson se estranham

Finalmente algo de interessante acontece em Weggis.

Voa, Pompéia!

Tem vezes que o Joaquim Ferreira dos Santos acerta em cheio.

Falando em Organizações Globo, o Gibizada ganha agora página mensal no Megazine.

PS.: Meu Pompéia é o Carlão. Não é bom nem tem estilo. Mas eu gosto dele.

He He He

Trombei sei lá como com o He He He na web. Sempre uma imagem interessante. Vai lá pro canto já já.

Bobos e geniais

Talvez a maior honra para um artista seja quando ele ou sua obra se tornam adjetivos. E muita gente, quando vai opinar sobre quadrinhos, diz que aquilo é “meio Angeli”, “tem um estilo Laerte” ou “uma faceta Glauco”. Os três paulistanos marcaram as HQs brasileiras. Não que isso fosse objetivo. Não que se importassem. Eles não queriam fazer arte, queriam destruir. E essa deliciosa anarquia transparece em Seis Mãos Bobas, republicação da Devir e da Jacaranda de parte do que o trio aprontou na década de 1980.

A galhofa começa pela capa e se espalha pelas várias ilustrações incidentais do álbum, que remetem ao ménage à trois quadrinístico. São 17 histórias curtas. Há crítica política, uma re-interpretação da História do Brasil e uma homenagem ao Henfil. Mas o melhor é o niilismo que permeia todas elas. Ser engraçado e pronto. A boa e velha sacanagem.

Passando por todas, a impressão que fica é que Glauco funcionava como o grande bolador de piadas, o responsável pelo caos criativo. Laerte era a reserva técnica, o que mais desenha e tem o melhor storytelling – vide a cena e atropelamento em Lingérie. E Angeli era o ponto médio, costurando os outros dois, com seu jeito resmungão punk. Parte da impressão é comprovada com A história das histórias, pequenos comentários sobre a criação de cada uma.

Who’s that Landão é uma fina experiência narrativa com fundo fixo; O Garoto da Capa
subverte o sonho de qualquer adolescente; Cenas Censuradas da Reunião do Conselho de Censura sacaneia um problema que os três tiveram, e que felizmente ficou para trás; A história do sujeito que queria entrar pra História comenta como funcionam as coisas no Brasil, além de mostrar Angeli e Laerte versáteis no traço; e o último esculacha em O Míssil, história que destoa no álbum pelo teor.

Por mais que Angeli tenha resmungado, a homenagem ao Henfil mostra o DNA dos três. Função
que, como quem não quer nada, o trio exerce hoje em boa parte dos desenhistas do país. Passados quase 20 anos, o humor das histórias não envelheceu. Como se arte envelhecesse.

Seis Mãos Bobas
tem formato 28x21 cm, 80 páginas em preto e branco e custa R$ 23.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 29/05/06.

Esses bobos bem que podiam lançar um álbum conjunto com material novo...

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Chapéus tirados

O último final de semana me fez tirar dois chapéus inesperados.

Chapéu 1: Após a tentativa de malandragem do Schumacher (leia aqui porque eu não estou com saco de explicar) - aliás, está pra nascer alemão que saiba ser malandro - foram questionar Rubens Barrichello. Resposta: "Olha, eu não vou falar nada, porque se for pra dizer alguma coisa, vou falar coisa errada. Fica pra depois".

Chapéu 2: O Pânico tentou entrar no lançamento de A Arte da Política, de Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. Vestidos como Lula, Enéas e - creio - Roberto Jefferson. FHC não os recebeu. Ficaram do lado de fora esperando ele sair. Saiu de carro isolado e não se manifestou. Após, eles exibiram fotos do Casseta e Planeta, que foi recebido por FHC no Rio, com afagos (Aliás, rolou uma "panificação" dos Cassetas, com Tony Ballada abordando falsos sósias tipo "Opa, você é o Manoel Carlos, hehe". Se Hubert tivesse ido de FHC, teria sido bem mais engraçado). A conclusão do programa da Rede TV!: "E por essas e outras que o Brasil é assim, com presidentes cortejando quem realmente detém o poder".

domingo, 28 de maio de 2006

Requiem for Toy Story



Eu preciso ver este filme de novo. Aliás, os dois.

Aliás e a propósito

Pra quem já viu O Código DaVinci: o Paul Bettany se fode? Mas se fode muito, é esculachado, torturado e afins?

Porque eu acabo de descobri que ele é casado com a Jennifer Connely, e merece o que de pior há no mundo.

Som da Rua

Medo


Axl Rose no Rock in Rio - Lisboa.

Pitty tocou
Stockholm Syndrome, do Muse.

Perfume de Mulher

Centenas de filmes são produzidos anualmente no mundo. Muitos passam despercebidos. E Perfume de Mulher, o filme que deu o Oscar para Alfredo Pacino, foi um deles.

Até hoje de manhã.

Pode parecer basófia, mas tem certos filmes que tem hora para entrar na sua vida. A hora certa. O desprendimento do personagem do Pacino é inspirador, e aquela sensação de aproveitar tudo até o último momento.
Sociedade dos Poetas Mortos de c. é r.; carpe dien é isso. O ligar o foda-se.

O final é meio pirotécnico. Se ele tivesse se matado, eu ia gostar mais.

E se um dia eu dançar tango como o Al Pacino posso morrer feliz. Ainda mais acompanhado das sardinhas da Gabrielle Anwar.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

O mundo é pequeno demais pra nós dois

Conduzia minha bicicleta pela Visconde de Pirajá quando um senhorzinho sai à todade um táxi, sem olhar para nenhum lado. Quase o atropelo. Então, reparo que é o menino-veneno Ritchie.

Estou na dúvida se seria uma tragédia ou um favor.


quinta-feira, 25 de maio de 2006

Depois eu desenvolvo

Isso é bom pra caralho.

"X"eque-mate

X-Men: O Confronto FinalX3 para os íntimos – é um bom filme meia-bomba. Bom porque se garante e diverte em seus equilibrados 104 minutos. E meia-bomba porque acrescenta pouco. Brett Ratner jogou pelo regulamento: pegou a bola onde Bryan Singer tinha deixado e ficou tocando até o tempo acabar.

Começa bem, com o impacto do ressurgimento de Jean Grey (Famke Jansen) como Fênix. Arranjaram uma boa desculpa para limar toda a presepada espacial das HQs, e as cenas da ruiva possuída lembram O Exorcista. Avança melhor ainda, com Magneto (Ian McKellen) reunindo seu exército, o resgate de Mística (Rebecca Romijn) e a entrada do Fera (Kelsey Grammer), tudo explicando bem a trama, e culmina em um clímax no meio do filme. Cai bastante depois, quando tudo vira pancadaria – mesmo com a sensacional seqüência da Golden Gate.

Da turma mais antiga, Wolverine (Hugh Jackman) continua blasé, canastrão e galgando espaço para seu próprio filme. Tempestade (Halle Berry) tem seu almejado espaço maior, remetendo mais à Ororo dos quadrinhos. Vampira (Anna Paquin) volta ao foco, após ter ficado meio de lado em X2. Homem de Gelo (Shawn Ashmore) e Pyro (Aaron Stanford, com ridículas luzes no cabelo) têm lá o seu charme. Dos alunos novos, a participação do Anjo (Ben Foster) é meio apressada. Mas Kitty Pride (Ellen Page) ganha uma das melhores seqüências de ação, contra o Fanático (Vinnie Jones) – que, como quase todos os novos vilões, são muito rasos.

Ainda bem que existe McKellen para elevar o nível. Com um jeito meio debochado que não está levando aquilo muito a sério, sua tensa relação com o Professor Xavier (Patrick Stewart) ainda é uma das melhores coisas da série X – mesmo que tenham tentado transformar Magneto em Osama Bin Laden, com perseguição internacional, mensagens em vídeo e destruição de um marco em uma cidade americana.

A história da cura mutante dá margem a alguma discussão, tradicional em X-Men, mas que ao longo do filme vai ficando em último plano. Ratner fez – por falta de termo melhor – o capítulo mais nerd da trilogia, com zilhões de pequenas referências às HQs. Parece até piada interna. É um diretor meio chapa branca, mas teve ousadia para mexer em alguns “cânones”.

Para recorrer à outra metáfora esportiva, esta usada no filme, Ratner fez uma boa jogada. Mas Singer usaria as peças de forma mais inteligente.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 24/05/06.

Estou com medo que está resenha esteja soando viúva do Singer. Mas ele faria um filme tão mais interessante, bem construído e ainda assim ágil. Que venha o Super, então.

Mas bem que podiam ter esperado e... Nhé! Eu e minha inocência...

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Fuças

orla.fotoblog.uol.com.br

Um flog só com retratos de desenhistas. Para ver a cara de quem você admira.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Baseado em outras coisas


A primeira é do francês Arthur de Pins, animador e ilustrador que trabalha muito com publicidade, mas também já publicou trabalhos na Spirou. Lançará um álbum este ano, talvez.

A segunda é do espanhol Daniel Acuña, que surgiu no país ibérico com o título Claus y Simón e já foi recrutado pela DC Comics. Após capas e pin-ups para Novos Titãs, encara agora toda a arte de Uncle San and the Freedom Fighters.

Os dois são estilosos, promissores e tem mais ou menos a mesma idade. Zoom neles.

Cuca é o novo técnico do Botafogo

Nunca uma primeira sílaba fez tanto sentido.

Mega Ultra Promoção Banda Grossa

Os dois primeiros perebas que comentarem neste post ganham exclusivíssimas edições de lançamento da Banda Grossa que estavam largadas pelos cantos da Casa da Matriz ontem. A semi-Maldita contou com show do Binário e apresentação de um DJ cabeludo que tocou Feira da Fruta.

Quem sabe assim as pessoas comentam aqui?

Hell and back: a Sin City love story

Mais do mesmo. Ainda bem

Sin City – De Volta ao Inferno
, da Devir, é o sexto volume da cidade de Frank Miller. E, dizem, é também quando começou a faltar idéias. À época do lançamento, 1999, Miller já tinha ido freqüentar outras paragens – 300 de Esparta saíra no ano anterior – e logo depois “perderia a mão” em Cavaleiro das Trevas II. Só dizem. Porque Hell and Back: a Sin City Love Story, no título original, mostra que Miller ainda tem muito leite para tirar da pedra dura de Basin City.

De fato, a história lembra muito o arco criador da série – tem até aquele plano com a sombra projetada nos tijolos de um beco. Sai Marv e entra Wallace, atualmente ilustrador e ex-fuzileiro naval condecorado. Sai Goldie e entra Esther como mulher pelo o qual o protagonista masculino faz de tudo. Só que, diferentemente de Goldie, Esther ainda está viva. E entram, sem paralelos – infelizmente para Marv–, as deliciosas Délia e Mariah, para quem Miller reserva cores especiais: Délia tem roupas e olhos azuis e Mariah, trajes e lábios carnudos em um amarelo fosco.


Falando em cores, De Volta ao Inferno tem a sensacional seqüência colorida em que Miller destila suas influências – de Dr. Seuss a Hagar, o Horrível – e criações – de Elektra até Big Guy and Rusty. Tudo sem sair da trama, que continua fluindo na cabeça do leitor. Lynn Varley faz a festa nas colorizações. E volta depois para a galeria de pin-ups, que inclui ainda o traço clean de Geoff Darrow, o porte de Brian Bolland e a classe de Gil Kane, entre outros.

Mas, com o perdão do trocadilho, é com tudo preto no branco que Miller dá as ordens. O quadrinhista manda nos espaços vazios, sejam brancos ou negros. Alterna páginas recortadas, com pinceladas e respingos de tinta branca sobre o nanquim negro, e séries de desenhos de páginas inteiros. E, ao contrário do que dizem, retrata mulheres muito bem.

De resto, corrupção policial, referências aos tumultos raciais de Los Angeles em 1992, as inverossimilhanças típicas de Sin City e a entrega do ouro porque a trama - que cai um pouquinho no final - lembra tanto a história do Marv.

Que Miller continue errando assim por muito tempo.

Sin City – De Volta ao Inferno tem formato 28x17 cm, 320 páginas em papel offset, traz, além dos pin-ups, as capas da série original – todas coloridas e com um balão – e custa R$ 59,90.


Publicado originalmente no Sobrecarga em 22/05/06.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

O maior crossover de todos os tempos

Só uma obs. sobre o post abaixo

Você pode fazer quase tudo o que quiser com o vídeo. Menos ganhar dinheiro com ele.

Era pr'eu corrigir, mas não estou com saco de mexer no HTML do Youtube.

I have faced it/ A life wasted



Vídeo de Life Wasted. Você pode baixá-lo. Você pode colocar no seu blog. Você pode grava um CD e dar para alguém. Você pode fazer o que quiser com ele, já que será distribuído com alguns direitos reservados via Creative Commons. Viva as bandas de visão.

Ok, vão argumentar que é fácil ter visão após 10 anos de contrato com a Sony. Mas, quando a banda é boa, ela se sobressai. E a internet pode ser a ferramenta final. Né, Artic Monkeys?

Ah, o vídeo é dirigido por Fernando Apodaca, que fez a arte do CD, e faz mais sentido para quem tem o disquinho. Bela jogada.


Todas as informações são cortesias de pearljamevolution.blogspot.com, meu mais novo site de visita diária.

Transamerica

Comédia-dramática que rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz para Felicity Huffman. Entrou aqui por causa do pôster, simples e eficiente. Ela interpreta um(a) transsexual.

Melhor: umA transsexual. E ponto.

Os percussionistas-terroristas

video.google.com/videoplay?docid=-8000409016826512649&q=six+drummers

Na Suécia só tem louco.

Obs. nerd: Nada a ver com Authority.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Na frente do seu tempo, como sempre

No final de maio, sai a versão visual do álbum Toda Cura para Todo Mal, do Pato Fu.

Versão visual? A banda concebeu clipes para todas as músicas do último CD. Não são a banda mais experimental do país a toa.

E descobri que o John tem um blog.

Quando esses
futos farão show no Rio de novo?

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Festa satélica!

Frontman é isso aí, e o resto é piada. Perry Farrell apresentou, no Lollapalooza, o Satellite Party, seu novo grupo.

Grupo é exagero. A palavra é projeto, já que ele reúne, fixos, o baixista Tony Kanal do No Doubt, o guitarrista Nuno Bittencourt da bosta do Extreme e o percussionista Gabriele Corcos, e terá participação de Flea e Frustiante dos Chili Peppers, Fergie do Black Eyed Peas, do velho companheiro Peter DiStefano do Porno for Pyros, Peter Hook do New Order e da esposa de Farrell, cujo nome eu não sei.

Declaração no melhor estilo farréllico: S
erá um grupo muito poderoso. Queremos adicionar uma dose saudável de energia feminina, especialmente nos vocais - tirei daqui.

Mais informações no podcast (yeah!) de Farrell no site do Lollapalooza.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Cenas excluídas de Guerra nas Estrelas (ou Episódio IV, para os mais novos)

Internet é internet, mas isso parece ser sério.

http://www.buzzpatrol.com/news
/movies/rare-deleted-star-wars-scene-biggs-return-004522.php

Vou confesar: é emocionante também.

Atualização: Wookieepedia, a enciclopedia Wiki de Guerra nas Estrelas.

Alguma dúvida que os nerds dominarão o mundo?

segunda-feira, 15 de maio de 2006

"A pior coisa que aconteceu ao futebol brasileiro...

... foi a seleção de 1982 ter perdido aquela Copa. Porque justificou jogar feio. Não estou defendendo jogar sempre bonito, ou indo contra o que é feito. Mas, se aquela seleção tivesse ganho, o futebol brasileiro hoje seria diferente".

"O Brasil em Copas do Mundo é que nem um avião: todo mundo acredita que ele sairá daqui e chegará a um destino certo. No caso, a taça. Não existe meio-destino certo. Assim como, para os brasileiros, não existe meio resultado"

"Sempre inventam desculpas para a derrota de 1998. A Nike comprou os jogadores. Foi feito um acordo com a França. O Ronaldo teve um piripaque - isso ele teve mesmo. O engraçado é que ninguém fala que a França deu um show de bola. E um chocolate na gente".

Palhas do mestre João Máximo na palestra Futebol e Literatura. Também estiveram presentes Hélio de la Peña, Ruy Castro e Clara Arreguy, que falaram muitas coisas boas. Mas o destaque aqui vai pro Máximo.

Instrumentista

Indicados para o Prêmio Multishow de instrumentista, segundo o público:

- Rodrigo Amarante
- Japinha
- Yves Passarell
- Frejat
- Marco Túlio

Então tá...

Subs

A cidade do pecado

Texto rasgante e arte expressionista. É desta combinação que partem Ulisses Tavares e Julio Shimamoto em Subs. Ou melhor, que partiram. O álbum foi lançado originalmente em 1988, e estava fora de catálogo até ser resgatado pela Via Lettera. Felizmente para os autores e apreciadores – e infelizmente para todo o resto –, Subs ainda é bem atual.

São nove histórias curtas e urbanas. Fruto da imaginação de Tavares, jornalista, publicitário, junto a outras oito profissões, e um exímio observador. Mesmo com elementos fantásticos em todas as tramas, os personagens, e as sensações, são comuns para quem mora em cidade grande.

O veteranasso Shimamoto preenche seu traço forte com preto, branco e um verde-ocre, o que dá dramaticidade e peso à obra. E sua versatilidade adequa bem a narrativa aos temas centrais de cada história, seja amor, suspense ou terror.

O belo resgate da Via Lettera vem em uma edição de formato grande, que colabora com a arte. O acabamento é simples e eficiente, com biografia dos autores e prefácio do jornalista e tradutor Jotapê Martins.

A outra cidade do pecado é bem bacana, mas parece algo distante e irreal para nós. A cidade do pecado mostrada por Tavares e Shimamoto é estranhamente familiar.

Subs tem formato 21x28,5 cm, 72 páginas em papel off-set, capa cartonada com orelhas e custa R$ 34.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 11/05/06.

Quero ler agora Madame Satã do Shimamoto.

domingo, 14 de maio de 2006

Não duvido de mais nada

Conheci um designer que odeia Macs.

Só falta agora testemunhar o encontro de retas paralelas.

sábado, 13 de maio de 2006

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Só mesmo conhecendo muito bem as mulheres...

... para fazer uma coisa dessas.

PS: um quê de Hugo Pratt?

"Este é um mundo estranho, Sr. Snow"


Que mundo é estranho? Certamente o mundo mostrado em Planetary. Mas não só ele: todo este mundo de cultura pop que somos fascinados é muito esquisito. Após Planetary – Mundo Estranho, lançado no ano passado, a Devir publica o segundo álbum, Planetary – O Quarto Homem, que continua a escarafunchar as camadas desse mundo pop.

Alguns teóricos se dedicam analisar como contextos políticos influenciam a produção cultural. Costuma resultar em teses interessantes, porém enfadonhas. O escritor Warren Ellis dilui tudo isto em poucas páginas, sobretudo no capítulo O dia em que a Terra quase parou, sobre Macarthismo e ficção científica na década de 1950. Diversas referências. Se você não entender, os artigos nos finais de cada capítulo dão uma ajuda (e devem ter dado um tremendo trabalho para o editor Leandro Luigi Del Manto).

Ellis é o melhor discípulo de Alan Moore (que assinou a introdução da compilação anterior; a desta aqui é de Joss Buffy Whedon). Organiza tramas fechadas em cada capítulo que se costuram na conspiração maior que atravessa todo o álbum: quem comanda o Planetary e quem são os Quatro. E distribui farpas sobre História, política e indústria de quadrinhos – em A Inglaterra durante o verão, deixa clara a sua opinião - e alfinetadas – no selo Vertigo.

John Cassaday está mais cru do que seus trabalhos atuais – as histórias aqui reunidas foram produzidas em 1999. Depois, buscaria mais inspiração na ligne claire franco-belga. Mas acompanha bem as peripécias de Ellis – e desenha Jakita Wagner com a cara e o corpo da atriz espanhola Paz Vegas.

Após subverter o grupo mais família da Marvel e resumir em poucas páginas a origem dos três indivíduos mais poderosos da DC, Planetary – O Quarto Homem descamba para uma parte final com poucas referências, mas que lembra O Clube da Luta. E que nos deixa sedentos pelas próximas estranhezas.

O álbum reúne as edições 5 a 12 da série americana. Há algumas patinadas na impressão – páginas mais claras e manchadas – mas nada que não comprometa. O pior é a redução de formato em relação ao volume anterior. Fica feio na estante.

Planetary – O Quarto Homem tem formato 24x17 cm, 208 páginas e custa R$ 42.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 05/05/06.

Adendo especial para o blog: com a palavra, sr. Ellis e Sr. Cassaday.

Muito bem colocado.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Gradimir Smudja

É um doidão (ex-)iugoslavo que teve dois álbuns lançados no Brasil: Vincent e Van Gogh, em que descobríamos que o gênio holandês era seu gato, e não o Scorcese; e outro sobre o Toulouse-Lautrec e o Montmartre da virada do século XIX para o XX.

E eu, como sou um prego, não os tenho.

Esse desenho foi cartaz de um festival de BD lá na França, aquele país ridículo que trata quadrinhos como arte.

Enquanto isso, na I Semana de Quadrinhos ECO/UFRJ

Eu: Eu gostaria de saber se algum dos entrevistados da (Ent)revista em Quadrinhos já entrou em contato com vocês?

Leonardo: Putz, teve o...

Arnaldo Branco: Cara, o Diogo Mainardi. Mas foi muito bom. Ele adorou, queria ser entrevistado de verdade pela gente. Na (Ent)revista com ele, nós puxamos aquele boato... Tem um boato chinelo aí na imprensa, de que quando ele morava na Itália era vizinho do Gore Vidal, e eles tinham um caso. Outro boato que rola é que, na década de 1970, o Paulo Francis tinha caso com um garotão americano em Paraty. Nós citamos essa história do Paulo Francis e perguntamos para ele essa história da Itália.

Ele nos ligou e contou, então, que há também o boato que o garotão de Paraty do Paulo Francis era ele.

Aroeira: Hehehehe...

Muito bom o primeiro dia do encontro. E o Aroeira falou coisas bem mais interessantes, mas não estou afim de escrever agora.

Eu odeio nostalgia


Mas como eu sou grato a estes 11 filhas da puta por tudo que eles já fizeram por mim.

(Ou como arranjar uma desculpa para publicar uma foto que você gosta no seu blog).

Atualização: são nove.

terça-feira, 9 de maio de 2006

Questões de imigração

Vêm sendo tratadas a torto e a direito por chargistas americanos. Opiniões ao vento, para todos os lados.

Diálogo com a Menina Indie (Levemente Alcoolizada)

Menina Indie (Levemente Alcoolizada): Você que um cara roqueiro (urgh!), o que tem ouvido?

Eu: Muse.

M.I.(L.A.): Muse?

Eu: É. Muse. O Muse talvez seja a melhor coisa que surgiu na música pop desde o Faith No More.

M.I.(L.A.): Ai, Muse... O problema do Muse é que tem muita melodia.

Eu: ?!?!?

segunda-feira, 8 de maio de 2006

I Semana de Quadrinhos UFRJ

Já que está todo mundo falando, vou colcar aqui também. Melhor: coloquei toda a programação lá no Sobrecarga.

Noves fora, algo deste porte é raro e benvindo. Pretendo ir em todas as manhãs. E voltar para o show dos Optmistas.

sábado, 6 de maio de 2006

Rolling Stone 1000


E, quando você menos espera, a Rolling Stone lança sua milésima edição - com todas as pessoas que apareceram em sua capa na sua capa, no melhor estilo Sgt. Pepper.

Mais capas da RS aqui. Aliás, todas as capas.

Ciências Sociais

Que Roberto DaMatta que nada. Para entender o Brasil, veja isso.

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Gana el futból, perde el marketing

Esse foi o título do jornal Marca, de Madri, para o campeonato do Barcelona. Pode ser atribuído ao jogo do Corinthians.

O Corinthians é medíocre. Não é time para representar o Brasil em competição internacional. O Brasil pode não ser grande coisa, mas o Corinthians é pior ainda. É tudo o que a modernização de futebol não tem que ser: parceria com uma empresa escusa - a Polícia Federal esteve no Pacaembú, devido à suspeita que o russo dono da MSI estivesse lá. Há um mandato de prisão contra ele na Rússia.

E, anterior a tudo isto, uma torcida organizada criminosa, que entra década e sai década, produz massacres nos estádios.

Alheio a tudo, o River Plate segue na competição - após os jogadores fugirem do campo com medo da torcida. Devia ter recebido a vitória pela simples menção do seu nome junto ao Corinthians.

Tenho pena da maior parte da torcida corinthiana, que não tem nada com isso.

SP SA

Tomei vergonha na cara e fui prestigiar o CinePUC Brasil. Fora a minha reformulação moral, eles também exibiram São Paulo Sociedade Anônima, filme que iniciou o Ciclo Luiz Sérgio Person, e que nunca tinha visto.

Belo filme. Apesar de alguns amadorismos - era o primeiro filme do cara, feito em São Paulo (que tinha pouca tradição em produzir cinema até então) em 1965 - SP SA é muito feliz em retratar o momento em que SP assume a condição de motor industrial do Brasil e, consequentemente, coração econômico do país.

Também acho que é um dos primeiros filmes brasileiros a mostrar o homem (pós-)moderno em crise com a metrópole. E é bom ver algo urbano em uma época que só se filmava cangaceiro.

Dia 29 exibirão o documentário Person, que a sua filha e VJ Marina Person levou oito anos para finalizar. Adendo desnecessário: ela é bem gatinha.

O filme que abordo no post abaixo também tem crise de homem pós-moderno.

O Espião que me amava

J. J. Abrams é muito fã de 007. É tão fã que copiou a mesma estrutura inicial dos filmes do agente do MI6 para seu Missão: Impossível III, com uma cena-prévia antes da abertura. Só que a cena em que Ethan Hunt (Tom Cruise) participa nunca será mostrada em um filme de James Bond. O que evidencia o quanto M:I:III é diferente de outros filmes de espião que estão por aí.

Cruise pode ter ficado maluco, comido placenta e outras esquisitices. Mas, dentro da tela, ainda é uma das figuras mais interessantes de Hollywood. Mesmo sendo um ator ruim – ou justamente por isto – sabe agregar gente boa ao seu redor. O ator é um dos três pilares centrais de M:I:III, que conta ainda com belos adereços.

Abrams é outro ponto estrutural. Já mostrara serviço em suas séries de mais sucesso (Lost e Alias, se você ficou enclausurado nos últimos anos), o que garantiu o voto de confiança de Cruise para sua mega-franquia particular e o mais alto orçamento para um diretor estreante em longas, acima de US$ 150 milhões. Por mais clichê que a frase seja, ela se justifica: o diretor conduz o filme em um ritmo alucinante. Mesmo em seqüências mais “normais”, como a festa de noivado no início do filme, não deixa a peteca cair.

Ter uma festa de noivado é um dos trunfos do terceiro pilar: o bom roteiro de Alex Kurtzman e Roberto Orci, que humaniza os frios agentes secretos, para a tristeza de John Le Carré. Mais uma vez, Abrams se justifica como escolha certa – vide seu trabalho no “lado família” de Alias e em Felicity; Keri Russell, protagonista da última, mostra sua versão bad ass no filme. E resgate de princesa seqüestrada por vilão, o mote principal, é um clássico na trajetória do herói. Dá certo.

Outro ponto forte do roteiro são os diálogos, principalmente os destinados a dois grandes atores no elenco de apoio: o Morpheus Laurence Fishburne e o Capote Philip Seymour Hoffman. Fishburne, que vive o diretor da Impossible Mission Force, é o bom chefe ríspido. E Hoffman, pela primeira vez em um filme de ação, é mau, muito mau. Sem nenhum vacilo. E ponto. Complementando, Billy Crudup, de Quase Famosos, vive o supervisor de Hunt.

E, já que se trata de uma franquia, M:I:III paga tributo aos filmes anteriores e à série original: intriga internacional, Vaticano, máscaras perfeitas, Xangai e suspensão em cordas. E Abrams, que sabe filmar muito bem, empresta grande plasticidade às cenas – como a batalha de helicópteros em um campo eólico nos arredores de Berlim. Trunfo para o diretor de fotografia Dan Mindel.

Cruise trata sua franquia pessoal com muito carinho, trazendo um diretor diferente a cada cinco anos para imprimir suas características à série. Que ele faça uma próxima escolha cuidadosa; terá que superar um dos melhores filmes de espião dos últimos anos.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 04/05/06.

Bom filme. Eu não me divertia tanto vendo um filme de espião desde A Identidade Bourne. Só que cheguei no Bourne achando que seria uma merda e me surpriendeu. Já em M:I:III é impossível não chegar cheio de espectativas.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Clássicos são clássicos...

... porque duram para sempre. Teresinha de Jesus pel'Os Trapalhões.

Wired

Artigo da Wired sobre distribuição digital de HQs.

Como música, há um debate sobre a troca de arquivos de quadrinhos na internet. Não ecoa tanto porque o mercado é bem menor. E, tal como música, as grandes companhias estão perdendo o jogo, mais por ignorância do que por qualquer outro motivo.

Gosto muito da conclusão do Mark McClusky, editor de produtos da revista. Pelo preço justo, fã compra. Ainda mais geeks. E a distribuição digital gera outros lucros - repare nas informações sobre merchandising. E a internet também atua como vitrine para novos artistas.

Pena que só os iniciados vão entender o trocadalho do subtítulo.

Ilustrações Folha e Der Spiegel


  • Folha: Vencedores do III Concurso Folha de Ilustração e Humor. O grande prêmio, para Eloar Guazzelli Filho, faz jus ao nome (veja aí ao lado; clique para ampliar). O vencedor de ilustração livre também é sensacional. E os dois primeiros de retrato resolveram mostrar o Sartre. Curioso.

  • Der Spiegel: Concurso israelense de Cartum Anti-Semita. Ilustrações corajosas. Para todos os lados. Mais em www.boomka.org.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Ponto: Impossível

Alguns pontos de ônibus da cidade estão com propaganda sonora, além do pôster de Missão: Impossível III. Há um alto-falante embutido, e você é surpriendido por um tchan-tchan tan-ran-ran-tan tan-ran-ran-tan tchurururu-tchurururu-tchurururu tchurum repentinamente.

Como diria o Ultraje, da próxima vez eu vou de táxi.

Ah, o filme é sensacional.

Criaturas da Noite

Falam muito da literatura de Neil Gaiman. De sua inventividade, da rapidez com que escreve um grande volume de obras. Mas talvez sua principal característica seja a capacidade de envolver o leitor. Norman Mailer disse que Gaiman escreve para quem não gosta de quadrinhos. O fato é que, seja em HQ ou em livros, é difícil largar o que ele escreve. Mesmo sendo uma obra menor dentre sua vasta bibliografia como Criaturas da Noite.

Lançado nos Estados Unidos em 2004 pela Dark Horse, as duas histórias do álbum, na verdade, fazem parte da coletânea de contos Fumaça e Espelhos, publicada aqui pela Via Lettera, e foram adaptadas para quadrinhos pelo próprio Gaiman. Enfocam, cada uma, animais misteriosos e adorados ao longo da História: gatos e corujas.

O Preço, a melhor das duas, mostra um escritor – com uma tremenda cara de alter-ego – que recebe gatos em sua casa. Quem já conviveu com felinos sabe das sutis diferenças de personalidade dos animais. Gaiman consegue traduzir isto bem – ele deve gostar bastante de gatos. E a chegada do Gato Preto mostra como ele sabe delinear o perfil dos bichanos, tanto que o transforma no melhor personagem da história.

A Filha das Corujas é centrada em um bebê com uma estranha ligação às aves que giram o pescoço em 180º, e o impacto da sua presença em uma pequena vila da Idade Média. Os que gostam de tachar Gaiman como feminista vão adorar este conto – ainda mais com a violência e frustração dos homens nele evidenciados.

O autor sepultou de vez os desenhistas ruins do início da carreira. Michael Zulli – com quem já tinha trabalhado em A Última Tentação, aquela história com o Alice Cooper – é fortemente influenciado pelo impressionismo e se dá bem na difícil tarefa de dar expressividade a animais.

O álbum da Pixel Media, que chegou a ser anunciado pela Ediouro antes da criação na nova editora, vem com a pompa que os lançamentos de Gaiman têm ganhado. Capa dura, tradução pela romancista Adriana Falcão junto à Tatiana Maciel, prefácio do escritor Mário Bortolotto, caricatura pelo Loredano, citações exclusivas e biografia dos autores. Mas com um grande calcanhar de Aquiles: as páginas soltam fácil.

Criaturas da Noite tem 58 páginas coloridas em papel couché e preço sugerido R$ 29.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 28/04/06.

terça-feira, 2 de maio de 2006

O abacate

Ainda não entendi. Mas gostei.

Show transmitido pela web na próxima quinta, no programa do David Letterman.

Meneghel

Eu juro que não tive nada a ver com isso.

A Xuxa colocou o Sobrecarga como site recomendado na sua página e gravou a recomendação para a TV Xuxa. O vídeo pode ser visto no link.

Eu odeio a CUT

A Central Única dos Trabalhadores promoveu ato de celebração do dia do trabalho com shows de KLB, Calypso, Pique Novo e Capital Inicial na Avenida Paulista, impossibilitando a abertura do Masp.

Deveriam ter promovido uma mega-clínica de fonoaudiologia para esses sindicalistas de língua presa, e não empacado a minha visita. É tudo o que tenho a dizer sobre o 1 de maio.