quinta-feira, 25 de maio de 2006

"X"eque-mate

X-Men: O Confronto FinalX3 para os íntimos – é um bom filme meia-bomba. Bom porque se garante e diverte em seus equilibrados 104 minutos. E meia-bomba porque acrescenta pouco. Brett Ratner jogou pelo regulamento: pegou a bola onde Bryan Singer tinha deixado e ficou tocando até o tempo acabar.

Começa bem, com o impacto do ressurgimento de Jean Grey (Famke Jansen) como Fênix. Arranjaram uma boa desculpa para limar toda a presepada espacial das HQs, e as cenas da ruiva possuída lembram O Exorcista. Avança melhor ainda, com Magneto (Ian McKellen) reunindo seu exército, o resgate de Mística (Rebecca Romijn) e a entrada do Fera (Kelsey Grammer), tudo explicando bem a trama, e culmina em um clímax no meio do filme. Cai bastante depois, quando tudo vira pancadaria – mesmo com a sensacional seqüência da Golden Gate.

Da turma mais antiga, Wolverine (Hugh Jackman) continua blasé, canastrão e galgando espaço para seu próprio filme. Tempestade (Halle Berry) tem seu almejado espaço maior, remetendo mais à Ororo dos quadrinhos. Vampira (Anna Paquin) volta ao foco, após ter ficado meio de lado em X2. Homem de Gelo (Shawn Ashmore) e Pyro (Aaron Stanford, com ridículas luzes no cabelo) têm lá o seu charme. Dos alunos novos, a participação do Anjo (Ben Foster) é meio apressada. Mas Kitty Pride (Ellen Page) ganha uma das melhores seqüências de ação, contra o Fanático (Vinnie Jones) – que, como quase todos os novos vilões, são muito rasos.

Ainda bem que existe McKellen para elevar o nível. Com um jeito meio debochado que não está levando aquilo muito a sério, sua tensa relação com o Professor Xavier (Patrick Stewart) ainda é uma das melhores coisas da série X – mesmo que tenham tentado transformar Magneto em Osama Bin Laden, com perseguição internacional, mensagens em vídeo e destruição de um marco em uma cidade americana.

A história da cura mutante dá margem a alguma discussão, tradicional em X-Men, mas que ao longo do filme vai ficando em último plano. Ratner fez – por falta de termo melhor – o capítulo mais nerd da trilogia, com zilhões de pequenas referências às HQs. Parece até piada interna. É um diretor meio chapa branca, mas teve ousadia para mexer em alguns “cânones”.

Para recorrer à outra metáfora esportiva, esta usada no filme, Ratner fez uma boa jogada. Mas Singer usaria as peças de forma mais inteligente.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 24/05/06.

Estou com medo que está resenha esteja soando viúva do Singer. Mas ele faria um filme tão mais interessante, bem construído e ainda assim ágil. Que venha o Super, então.

Mas bem que podiam ter esperado e... Nhé! Eu e minha inocência...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu achei o filme foda!!!

Sai de lá querendo ver de novo....

pena q o cinema é um roubo.

Anônimo disse...

Concordo com quase tudo. A melhor coisa do filme são as referências perdidas, tipo o Fera falando ai minha santa aquerupita. Jean Grey veio de Exorcista dessa vez, mas eta mulher bonita essa tal de Famke, ofusca até a Rebeca nua. Acabou bem, espero que não façam mais. (Lima)