quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Salve o verde

Isso já foi até tópico de comunidade no Orkut: há alguma coisa com os heróis verdes. Todos são, no mínimo, bacanas. Inclua na lista pesos-pesados como o Hulk, cults como o Besouro Verde ou pastiches como o Morcego Verde. Mas bacana é um termo diminuto para definir um dos personagens mais interessantes da DC Comics: o Lanterna Verde.

O personagem perambula no mundo dos quadrinhos desde a década de 1940, primeiro como Alan Scott e depois como “o maior de todos”, Hal Jordan (e em outras versões, mas fiquemos com as mais célebres). E, há quase 12 anos, foi vítima de uma iniciativa, no mínimo, ousada: foi transformado no maior vilão do universo, assassinou toda a Tropa dos Lanternas Verdes e teve seu manto passado para Kyle Rayner.

Os fãs não engoliram – nerds de quadrinhos podem ser mais reacionários que integrantes da TFP. Então, o roteirista Geoff Johns e o desenhista Ethan Van Sciver foram convocados para trazer ordem à casa em Lanterna Verde - Renascimento, minissérie em três partes que a Panini começa a publicar este mês.

Johns sabe fazer duas coisas muito bem: ir na essência do personagem e coletar material sobre o mesmo. O Jordan mostrado na mini é aquele de que todos que leram em Amanhecer Esmeralda gostam – mesmo com seus conflitos em agora ser o Espectro, uma das questões-chave de Renascimento. Diversas pontas soltas de décadas são puxadas e amarradas, reunindo personagens clássicos do Lanterna: Kilowog, Carol Ferris, Guy Gardner, entre outros. Nesse ponto, Renascimento lembra muito outra recente volta esverdeada, a do Arqueiro Verde, em O Espírito da Flecha - não por acaso, Oliver Queen também dá as caras na mini.

O traço de Sciver é bem detalhista, e o desenhista faz boas paisagens especiais, como se pode ver nas capas. Destaque para a sua forma de mostrar o Batman, todo em preto chapado, junto aos coloridos personagens da Liga da Justiça – parece até o Mancha Negra. O layout das páginas é bem inventivo sem ser confuso.

O gibi é inteligível mesmo para quem não lê uma história do Lanterna desde tempos pré-Crise, e um recordatório na primeira página mostra toda a lambança que fizeram com seus queridos personagens ao longo dos anos. Dá até para questionar se o que Johns está fazendo não é simplesmente deixar tudo como antes. A primeira edição, que compila duas da americana, termina em um ponto interessante, uma fresta nessa história toda em que ninguém tinha pensado antes.

Todos sabem como isso vai terminar, e depois Hal Jordan cairá na pasmaceira de um título mensal (se bem que Grant Morrison e Dave Gibbons já prometeram brincar com o personagem). Mas quem encarar Lanterna Verde - Renascimento lerá uma das melhores HQs de super-herói deste fim de ano.

Publicado originalmente no Sobrecarga em 26/12/05

Um comentário:

Anônimo disse...

primeiro comentário do novo blog é da sua sobrinha linda, maravilhosa !!!!

beijos ;***