sábado, 7 de janeiro de 2006

Pratt!

Pixel estréia muito bem com Corto Maltese

Bela novidade para o mercado brasileiro de quadrinhos. A Ediouro - que começou a publicar HQs no ano passado – e a Futuro Comunicação - responsável pela PC Magazine e Herói, entre outras revistas – firmaram parceria e criaram o selo Pixel, que objetiva publicar histórias em quadrinhos de grandes autores. Começando com o pé direito, anunciaram a publicação de A Balada do Mar Salgado, o álbum mais vendido de Corto Maltese, de Hugo Pratt.

O marinheiro Maltese perambula pelo mundo na virada do século XIX para o XX. Além da trama, suas histórias se destacam pela reconstituição dos vários lugares do mundo em que se passam – incluindo a costa brasileira – e a participação de figuras históricas como Stalin e Herman Hesse. O italiano Pratt não teve uma vida menos aventureira. Tendo passado a infância na Etiópia e tendo sido preso por tropas Nazista, viveu na Argentina e em outras partes do mundo. Maltese foi um de seus últimos personagens, criado em 1965. Pratt morreu em 1995.

O Pixel promete que seus álbuns terão, em maioria, entre 100 e 200 páginas, formato grande e distribuição para livrarias e bancas especializadas. E custarão entre R$ 20 e R$ 35. Além de outros volumes de Corto Maltese, o novo selo promete Gullivera e A Metamorfose de Lucius, de Milo Manara; Coração do Império, de Brian Talbot; Madman, de Mike Allred; Thief of Always, de Clive Baker; Caçadores da Noite, de Neil Gaiman; e uma versão encadernada de Arthur, de David Chauvel e Jérôme Lereculey. E, em território nacional, O Curupira, do mestre Flávio Colin.

À medida que os álbuns forem saindo, a gente dá mais detalhes. E bons fluídos para o Pixel!

Publicado originalmente no Sobrecarga em 06/01/06.

Fazia muito tempo que a chegada de um release não me deixava tão feliz. Por enquanto, os caras estão fazendo tudo certo. Começando com um medalhão belo até chorar, por um preço bem honesto - parece que o álbum, de 180 páginas, sairá por R$ 33. Em seguida, mais coisa boa. A Gullivera do Manara saiu há muito tempo, pela Abril. Será bom ver a porralouquice do Allred sem estar podado em uma grande editora americana e o Madman sem ser em crossover (apesar d'eu adorar seu encontro com o Super-Homem). E o sempre vivo Flávio Colin, em uma álbum infanto-juvenil. Tudo de bom para a Pixel mesmo. Que dê muito certo!

Isso mostra que, por mais que a gente demore para perceber, o mercado brasileiro de HQ tem tomado bons rumos. Há somente cinco anos, era a Abril publicando super-heróis, a Conrad tímida e outros lançamentos espaçados. E, muito importante, a qualidade dos álbuns não deixa a dever em nada lá fora - depois de anos enfrentados "cousas" editadas como a minha cara. Se a Pixel manter mesmo os preços como anunciado, assustará a Conrad e a Devir, que jogam os valores lá pra cima. Bom para o mercado, bom para os leitores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Melhro lançamento do ano. (Lima)