terça-feira, 5 de setembro de 2006

Algumas madrugadas no bunker

Tenho aproveitado minha recorrente insônia para penetrar em 3000 dias no bunker, livro de Guilherme Fiuza sobre, em suma, o Plano Real. Já periga ser a melhor coisa que li este ano. Fiuza mostra que a suposta aridez da elaboração de um plano ecnonômico é bem mais colorida (sem duplo L, por favor) do que aparenta, com homens e ideologias - e verbas - em confronto (internos e externos; amplos sentidos). Como frisa o Marcos Sá Correa na orelha, faz tudo isso sem se valer de uma tabela.

As primeiras 100 páginas mostram as ascenção do bunker - a ekipeconômika, em eliogasparês - e a elaboração do plano por Malan, Gustavo Franco (que estudou com profundidade a megainflação alemã do entre-guerras), Sérgio Besserman e Zylbersztajn, comandados pelo cacique-mor e lobo em pele de sociólogo, Fernando Henrique Cardoso. Estou no relato da implantação da URV. O bunker está com a bola lá em cima, mas ela vai cair. O único chato do livro não ser ficção é que você já sabe o que vai acontecer.

Quando terminar, entra na estante ao lado dos meus Mario Puzo.

PS: Minha lembrança mais vívida da Unidade Real de Valor é que A Teia do Aranha custava URV 1,57.

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