terça-feira, 5 de setembro de 2006

El Gaucho refuga


Atenas - e agora Japão - já mostraram que
dream team nem sempre funciona. Hugo Pratt e Milo Manara uniram suas forças para El Gaucho, e o resultado é bem aquém do esperado.

Manara desenha pra caralho; falar disso é chover no molhado. Mesmo assim, tem certos quadros ocupados pela metade por balões que não precisavam ser tão grandes (a não ser que a tradução tenha reduzido muito o texto). Parece até - ó heresia - que rolou uma preguiça de desenhar.

Mas a grande decepção é Pratt. A história não decola. O álbum parece um grande prólogo de um romance que não começa. O "riminiano" - a orelha do livro diz que Pratt é natural de Veneza, mas eu e Fellini sabemos que ele nasceu em Rimini - tentou fazer algo diferente de um relato histórico, mas como a Reconquista é um episódio pouco conhecido e retratado, poderia ter investido em algo mais tradicional, e a história que ele queria contar de Molly e Tom Browne ficariam para sub-trama.

Foi a pior coisa que eu já li dele. Tomara que em Verão Índio Pratt e Manara tenham acertado.

PS: Se um dia filmarem isto, tem que colocar a Evangeline Lilly para interpretar a Molly. Repara aí na capa. E fazendo as coisas que Molly faz - ou melhor, que Manara faz ela fazer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Velho, pode ler Verão Índio com fé... massa mesmo, ainda mais se tu gostar das referências à literatura que Pratt faz, o próprio Fenimore Cooper, autor de "O Último dos Moicanos" elogia Pratt, "o veneziano", e Manara, "o veronês". Ah, e Pratt só fez nascer em Rimini, foi criado em Veneza até se mudar pra Etiópia aos 10 anos, então ele próprio se achava veneziano. Findo o esclarecimento...é boa mesmo a história, até o próprio Neil Gaiman - na introdução do seu "Sandman - Noites sem Fim" - fala de Verão Índio como um dos pontos altos dos quadrinhos. Eu particularmente achava isso antes do Gaiman falar...
Pode ler!